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Hillary Clinton tranquiliza a Geórgia sobre o apoio dos Estados Unidos

postado em 05/07/2010 14:56
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, tentou nesta segunda-feira (5/7) tranquilizar a Geórgia sobre o apoio "inabalável" de Washington, parecendo a princípio ter convencido Tbilisi de que a "retomada" das relações com Moscou não mudaria esta posição.

"Os Estados Unidos estão inabaláveis em relação ao seu comprometimento com a soberania e a integridade territorial da Geórgia", declarou a chefe da diplomacia americana em Tbilisi durante uma coletiva de imprensa ao lado presidente georgiano, Mikhail Saakashvili.

Hillary, que pouco antes havia denunciado a ocupação das zonas separatistas georgianas da Ossétia do Sul e Abkházia, pediu que a Rússia respeite o acordo de cessar-fogo que prevê o retorno das forças russas às posições que ocupavam antes da guerra russo-georgiana de agosto de 2008.

Na época, Tbilisi lançou uma ofensiva militar até a região pró-Rússia da Ossétia do Sul, contra a qual Moscou respondeu com o envio em massa de tropas à Geórgia. A Rússia reconheceu, então, a independência desse pequeno território e também da Abkházia.

Saakshvili admitiu ter ficado, inicialmente, "preocupado" com a "retomada" das relações com a Rússia pelo presidente americano Barack Obama desde seu ingresso na Casa Branca.

Mas, agora, ele julga que "foi exatamente o que deveria ter sido feito". "É uma política fundada em valores e é por isso que amamos a América", exclamou o presidente georgiano.

O hóspede de Hillary relembrou, de passagem, que "o presidente Obama foi o primeiro a ser franco, ou seja, a dizer que (a secessão das províncias rebeldes) foi uma invasão".

Missão cumprida para Hillary Clinton, mesmo que sua comitiva tenha jurado antes que o giro por cinco países da extinta União Soviética (Ucrânia, Polônia, Azerbaijão, Armênia e Geórgia) não era "uma turnê para tranquilizar" essas nações.

Como em Kiev, Cracóvia, Baku e Erevan, a secretária de Estado ainda multiplicou suas declarações na segunda-feira sobre amizade inabalável com a Geórgia.

Mas ela também sugeriu, a respeito desse assunto, que a crise das províncias rebeldes está ainda longe de uma eventual solução.

"Não venho até vocês para dizer que esse é um problema fácil, porque não é", respondeu a uma questão durante um encontro com dirigentes da associação.

Pressionada, em seguida, por um jornalista para estimar a duração da crise, ela respondeu "meses, talvez anos".

"Quanto mais a democracia e a economia georgianas ficarem fortes e eficazes, maior será o contraste entre a Geórgia e os territórios da Ossétia do Sul e Abkházia", advertiu.

Saakashvili disse estar pronto, no dia 29 de junho, a iniciar as discussões com a Rússia em vista de uma normalização das relações entre os dois países.

Essas declarações foram feitas alguns dias depois de o presidente russo Dmitri Medvedev dizer que as relações entre Tbilisi e Moscou "voltarão ao normal" algum dia.

Antes de voltar para Washington, a secretária de Estado tomou também o cuidado de encontrar-se com os oponentes.

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