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Obama pede negociação direta entre Israel e Palestina até setembro

Agência France-Presse
postado em 06/07/2010 15:56
O presidente americano, Barack Obama, pediu nesta terça-feira (6/7) que as negociações diretas entre Israel e Palestina sejam retomadas antes de setembro. As declarações foram feitas após uma reunião com o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca.

O pedido por negociações diretas no Oriente Médio, antes do fim do congelamento das construções israelenses, em setembro, ocorreu enquanto Obama e Netanyahu negavam as afirmações de que há fricções entre Israel e EUA, citando um "elo inquebrantável" entre os dois países.

Sentado ao lado de Obama no Salão Oval, em uma foto para a imprensa que não ocorreu em sua visita anterior, em março, Netanyahu elogiou as novas sanções impulsionadas pelos Estados Unidos contra o Irã assinadas por Obama na semana passada.

Mas pediu medidas "mais duras" por parte de outras nações, incluindo ações que tenham como alvo a indústria de petróleo iraniana.

Obama disse confiar em Netanyahu e acreditar que ele irá promover sérias negociações com os palestinos, enquanto Washington tenta mover as conversas indiretas para conversas diretas.

"Acredito que o primeiro-ministro Netanyahu quer a paz. Acredito que ele deseja arriscar pela paz", disse Obama, em um firme apoio ao líder israelense.

Netanyahu disse ter tido "discussões extensas" com Obama e afirmou que já "é hora" de conversas diretas entre líderes israelenses e palestinos.

Netanyahu disse estar pronto para encontrar o presidente palestino, Mahmoud Abbas, a qualquer momento, mas os palestinos afirmam que isso se trata apenas de ações de relações públicas, enquanto Israel continua impulsionando a construção de assentamentos.

Obama disse esperar que as conversas diretas ocorram em breve, antes do fim do congelamento israelense às construções nas colônias judaicas, em setembro.

Netanyahu está sob extrema pressão por parte de sua coalizão de direita, que exige que ele não ceda às demandas americanas de estender a moratória às construções, anunciada em novembro depois de a administração Obama ter pressionado por concessões aos palestinos.

Os palestinos alegam que o congelamento parcial das construções não é suficiente, e que reagirão furiosamente caso essa moratória não seja estendida, e que o humor rumo às conversas diretas com Israel vai piorar.

Os palestinos congelaram as negociações diretas com Israel em dezembro de 2008, quando os israelenses lançaram uma ofensiva de 22 dias contra a Faixa de Gaza.

Obama insiste que as conversas estão tendo progressos - apesar das alegações dos palestinos do contrário.

Este é o primeiro encontro entre o presidente americano e Netanyahu desde o ataque israelense à frota humanitária que se dirigia a Gaza em maio, que matou nove turcos, desencadeando uma crise diplomática regional.

Às vésperas da visita de Netanyahu aos Estados Unidos, Israel afrouxou o bloqueio à Faixa de Gaza, permitindo a entrada de materiais de construção neste território, desde que destinados a projetos sob supervisão internacional.

Por conta do bloqueio, pouco pôde ser reconstruído em Gaza desde a ofensiva israelense no fim de 2008.

Os Estados Unidos elogiaram o afrouxamento do bloqueio.

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