Agência France-Presse
postado em 09/07/2010 13:06
O Irã parecia ter desistido de executar por apedrejamento uma mulher de 43 anos condenada por adultério, em um caso que mobilizou a opinião pública internacional."Segundo a informação das autoridades judiciais competentes no Irã, a condenada não será executada por apedrejamento", assinalou a embaixada do Irã no Reino Unido, em um comunicado difundido na noite de quinta-feira e publicado nesta sexta pelo jornal The Times.
No entanto, o texto não informa se as autoridades vão comutar a pena de morte ditada em 2006 contra Sakineh Mohammadi-Ashtiani, mãe de dois filhos. A pena foi confirmada em 2007 pela Suprema Corte e a mulher já recebeu 99 chicotadas por seu crime.
O advogado da vítima, Mohammad Mostafavi, indicou nesta sexta à AFP no Irã que não tem conhecimento algum da decisão das autoridades iranianas.
A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional concordou que o texto oficial "suscita mais perguntas do que respostas".
Mais de 80 personalidades do mundo da política e da cultura, entre elas ex-secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, o Prêmio Nobel da Paz, José Ramos Horta, e os atores Robert Redford, Emma Thomson, Robert de Niro e Juliette Binoche assinaram uma carta aberta na qual expressam seu "horror e consternação" e pedem ao Irão "a anulação desta setença injusta e uma revisão do caso".