Agência France-Presse
postado em 13/07/2010 18:22
O dissidente cubano Guillermo Fariñas, que se recupera de uma greve de fome de 135 dias, disse nesta terça-feira (13/7) que o aparecimento de Fidel Castro na televisão representou uma espécie de "aval" à libertação de 52 presos políticos que, ao mesmo tempo, interpretou como um "gesto de clemência" do governo.O aparecimento de Fidel Castro "foi um aval indireto ao que está ocorrendo com nossos presos e às negociações mantidas com a União Europeia e a Igreja Católica", disse Fariñas que, depois do anúncio oficial de libertação dos presos políticos pôs fim à greve de fome.
"É importantíssimo, essencial, que Fidel tenha reaparecido lúcido, consciente, para que os mais radicais dentro do regime não possam acusar o governo de Raúl Castro e aos que querem mudanças de traidores do líder", estimou. Também foi "maneira de desviar a atenção da opinião pública nacional e internacional", de mostrar a seus seguidores que "o Comandante está aqui", estimou.
"Indiscutivelmente, o governo fez um gesto de clemência com seus opositores e, acredito, deverá continuar fazendo", declarou Fariñas à AFP por telefone, do hospital da cidade de Santa Clara (centro), ao referir-se a 115 presos políticos que ainda estão nos cárceres cubanos.
Em relação à própria saúde, Fariñas explicou que já começou a ingerir líquidos, embora o estado de saúde ainda seja "muito grave" devido a um coágulo alojado na jugular. "Estou bebendo água, sucos naturais, gelatina e caldos de frango quente", comentou com voz clara e animada.