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Cientista iraniano supostamente mantido à força nos Estados Unidos está a caminho de Teerã

postado em 14/07/2010 09:46
Brasília ; O cientista nuclear iraniano Shahram Amiri, que informou ter sido sido sequestrado pela Central de Inteligência dos Estados Unidos (cuja sigla em inglês é CIA), deixou Washington e está a caminho de Teerã. A informação é da agência oficial de notícias do Irã, a Irna. O governo dos Estados Unidos negou as acusações de que seria responsável pelo seu desaparecimento. Não há voos diretos entre os Estados Unidos e o Irã. Os dois países não mantêm relações diplomáticas.

No início do mês, Teerã informou ter provas de que Amiri estava sendo mantido à força nos Estados Unidos. Representantes do Ministério do Exterior iraniano disseram que Amiri foi sequestrado no ano passado. Segundo eles, o cientista deixou o território norte-americano rumo a um terceiro país, do qual seguirá viagem ao Irã.

[SAIBAMAIS]O porta-voz do ministério, Ramin Mehmanparast, disse que o governo pretende continuar investigando o caso. Ele disse que serão usados meios legais e diplomáticos para saber qual o papel que o governo americano teve no suposto sequestro de Amiri.

O cientista desapareceu no ano passado, durante uma peregrinação à Arábia Saudita. Na noite de segunda-feira (12/7), Amiri apareceu pedindo refúgio no escritório de representação iraniano que funciona na Embaixada do Paquistão em Washington.

Nesta terça-feira (13/7), a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que o cientista nuclear estava nos Estados Unidos por vontade própria e que era livre para deixar país e retornar ao Irã. "Em contraste [com a posição assumida pelos Estados Unidos em relação a Amiri], o Irã continua a manter três jovens americanos contra a sua vontade", disse a secretária.

Hillary Clinton voltou a pedir que eles sejam libertados. ;Nós também continuamos sem informações sobre o bem-estar e o paradeiro de Robert Levenson, que está desaparecido no Irã desde 2007", disse a secretária, referindo-se ao caso de um ex-agente da Polícia Federal dos Estados Unidos (cuja sigla em inglês é FBI).

Os EUA são um dos principais críticos do programa nuclear iraniano e pressionam o país a interromper seu processo de enriquecimento de urânio, sob a alegação de que o governo iraniano tenha planos de desenvolver armas nucleares secretamente.

O governo iraniano nega essas alegações. De acordo com o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad, o programa nuclear é pacífico. No começo do mês passado, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma quarta rodada de sanções para pressionar o Irã a interromper seu programa nuclear.

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