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Cuba chega ao milhão de linhas de celulares, impulsionada pela abertura

Agência France-Presse
postado em 14/07/2010 16:49
A telefonia em Cuba superou o milhão de linhas de celulares, um crescimento inusitado desde que, há dois anos, o presidente Raúl Castro abriu o serviço aos cubanos, ainda que pago em moeda estrangeira, informou nesta quarta-feira (14/7) um alto funcionário.

"O crescimento maior da telefonia celular ocorreu em dois anos, com um aumento de mais de 700.000 assinantes nos últimos 30 meses", disse Máximo Lafuente, vice-presidente de telefonia celular da empresa cubano-italiana ETECSA. Ele explicou que, a partir de 2004, a empresa investiu 1 bilhão de dólares - sendo US$ 150 milhões em telefonia móvel -, o que fez avançar o número de assinantes de celulares de 40.000 para 300.000 em 2008.

Mas, em abril de 2008, Raúl Castro, que substituiu no governo o irmão, Fidel, que se afastou do poder por motivos de saúde, autorizou aos cubanos a contratação de linhas, até então reservadas a estrangeiros, apesar de o serviço ser pago em CUC, uma moeda que só circula na ilha e que equivale ao dólar.

"É preciso continuar crescendo, é muito pouco ter um milhão de linhas de celulares em Cuba", um país com 11,2 milhões de habitantes, cuja "penetração" telefônica (linhas com relação à população) passou de 4% em 2004 para 20% atualmente.

Lafuente avaliou que o cabo submarino de comunicações que ligará a Venezuela a Cuba, aumentará consideravelmente a saída internacional, "o que levará a uma melhora de todo o tráfego internacional".

Para o executivo, o desafio atual é ter acesso à tecnologia mais eficiente e barata, o que é dificultado pelo embargo dos Estados Unidos, que permita baixar as tarifas atuais e tornar mais atraente a contratação de linhas. Atualmente, disse, 70% do território tem cobertura de celular, exatamente onde se concentram 77% da população.

Ele destacou que esses avanços beneficiaram o celular de uso social, serviço cobrado em moeda nacional, o que reduz a arrecadação, pois enquanto 85% das linhas são faturadas em moeda estrangeira, elas só ocupam 33% do tráfego.

Quinze por cento das linhas pagas em moeda nacional representam 67% do tráfego. Muitos cubanos, que ganham em moeda nacional uma média de 20 dólares, usam o celular para receber mensagens.

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