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Cargueiro líbio atraca no Egito

Cercado por embarcações de guerra, navio desiste de romper bloqueio à Faixa de Gaza

postado em 15/07/2010 09:35
Depois de uma madrugada de tensão e de informações desencontradas, o cargueiro líbio Almathea atracou ontem no Egito. A tripulação, que inicialmente estava determinada a romper o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, concordou em entregar a carga de ajuda humanitária por meio do território egípcio. A notícia pôs fim a um temor de novo confronto entre ativistas e a Marinha israelense, que ameaçou usar a força, caso a embarcação insistisse em furar o embargo.

A Fundação Kadafi ; organização de caridade líbia responsável pelo fretamento do navio ; revelou ter obtido garantias do Cairo e de um ;mediador europeu; de que o governo de Israel permitirá que as duas mil toneladas de alimentos e medicamentos cheguem à Faixa de Gaza. A entidade não informou, no entanto, qual seria o país envolvido na interlocução. Segundo Yusef Sawan, diretor-executivo da organização, a Líbia recebeu autorização para gastar US$ 50 milhões na construção de casas pré-fabricadas em Gaza, durante o inverno boreal.

Mais cedo, o ministro egípcio das Relações Exteriores, Ahmed Abul Gheit, confirmara que o Cairo havia recebido um pedido do cargueiro Amalthea para levar sua carga de ajuda para Gaza por meio do Egito. ;Assim que o navio chegar a El-Arish, as autoridades descarregarão e entregarão a ajuda ao Crescente Vermelho egípcio que, por sua vez, a repassará ao lado palestino;, afirmou. A previsão é de que o Amalthea seja descarregado ainda hoje.

De acordo com Sawan, o cargueiro líbio foi acompanhado de perto por oito navios de guerra, quatro de cada lado, quando tentava se aproximar da costa de Gaza. ;Preocupada com a segurança de todos a bordo, a Fundação decidiu dirigir-se a El-Arish;, disse à agência de notícias France-Presse. Em 31 de maio, comandos israelenses invadiram uma flotilha internacional que também levava ajuda para Gaza, matando nove ativistas turcos e provocando forte reação internacional.

Um alto oficial israelense declarou ao jornal Maariv que a Marinha não esperava ter problemas com as pessoas a bordo do navio líbio, mas que estaria preparada para dar uma resposta, se houvesse necessidade. ;Nós não esperamos qualquer resistência;, afirmou. ;Mas se nossos soldados encontrarem problemas, eles não hesitarão em usar a força;, acrescentou.

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