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Vítimas de pedofilia consideram novas medidas do Vaticano insuficientes

Agência France-Presse
postado em 15/07/2010 11:25
A Associação Americana de Vítimas de Abusos Sexuais cometidos por Sacerdotes (SNAP) considerou nesta quinta-feira (15/7) que as medidas adotadas pelo Vaticano para endurecer suas normas contra a pedolfilia dentro do clero são insuficientes.

"As novas diretrizes do Vaticano relativas aos abusos sexuais podem ser resumidass em poucas palavras: estão na Lua", declara Barbara Doris, uma das dirigentes da SNAP, em um comunicado.

"Essas diretrizes equivalem a atacar um elefante com uma pistola de água quando o elefante está fora do alcance dos disparos", acrescenta.

"Em todo o mundo, as autoridades da Igreja optam por acreditar nos acusados e não nos denunciantes, recusam-se a falar desses casos e ignoram as denúncias de abusos sexuais. É esse tipo de comportamento que precisa mudar, não as diretrizes internas da Igreja", concluiu.

O Vaticano anunciou nesta quinta-feira normas mais rígidas contra a pedofilia dentro do clero católico, introduzindo procedimentos acelerados para os casos mais urgentes, depois de ter sido acusado de acobertar casos registrados em vários países.

[SAIBAMAIS]As novas normas preveem "procedimentos acelerados para tratar os casos mais urgentes e graves, permitindo a designação de laicos nos tribunais eclesiásticos", indicou o Vaticano em um documento intitulado "normas sobre os crimes mais graves" apresentado pelo porta-voz, o padre Federico Lombardi.

A prescrição dos fatos aumenta de dez para vinte anos depois que a vítima atinge a maioridade.

O Vaticano decidiu também equiparar a pedofilia aos abusos contra pessoas com problemas mentais, com o que estende assim suas novas normas para esses adultos.

Além disso, o Vaticano acrescentou o crime de pedopornografia.

No entanto, as novas normas não incluem uma "ordem explícita" às igrejas locais envolvidas em investigações de abusos sexuais para que se dirijam à justiça civil. Esta era exatamente uma das principais exigências dos defensores das vítimas de pedofilia.

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