postado em 15/07/2010 16:34
As relações entre o Brasil e a Argentina estão no melhor momento político. O diálogo entre os dois países não se limita aos frequentes encontros dos presidentes, mas abrange a participação dos ministros e das autoridades de áreas importantes dos governos, demonstrando a intensidade dessas relações, disse o embaixador brasileiro na Argentina, Enio Cordeiro, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.De acordo com o embaixador, desde que assumiu o governo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já fez cerca de 20 viagens à Argentina, enquanto autoridades do país vizinho mantiveram visitas ao Brasil na mesma proporção, complementando um trabalho periódico de intensificação de projetos e atividades comuns.
O embaixador disse que o Brasil e a Argentina têm interesse na consolidação desse entendimento político não apenas no plano bilateral, mas também na participação de ambos na agenda internacional. ;Os dois países são participantes ativos do G-20 financeiro e do G-20 comercial. Os presidentes do Brasil e da Argentina também se encontram no contexto multilateral com frequência cada vez maior. Creio que é necessário aprofundar cada vez mais essa relação, que já é intensa e profunda, e trabalhar para que nossas economias se mostrem fortemente integradas;.
Segundo Enio Cordeiro, Brasil e Argentina podem realizar atividades significativas em matéria de cooperação em áreas estratégicas. ;Vejo a necessidade de um esforço para que os dois países projetem interna e externamente um nível de cooperação que se mostre bastante vigoroso, sobretudo em áreas de ponta como a cooperação nas áreas nuclear e espacial e nas indústrias aeronáutica e naval;.
O embaixador acrescentou que encontros bilaterais permitiram o desenvolvimento de quase 30 projetos conjuntos em diferentes áreas como a de energia, por exemplo. Enio Cordeiro disse que na agenda de qualquer semana, o nível e a intensidade das atividades bilaterais é muito importante. ;Nessa semana, por exemplo, temos funcionários do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] em Buenos Aires, tratando de interesses comuns com o Banco da Nação Argentina e com o banco de inversões e comércio exterior do país;.
De acordo com o embaixador, o comércio bilateral tem se desenvolvido de forma intensa. Houve uma quebra de intercâmbio comercial em 2009, devido ao impacto da crise financeira no sistema produtivo dos dois países, o que acabou comprometendo as importações e exportações, mas, a partir de determinado momento, a situação se normalizou.
"Até o mês de maio, computamos crescimento sistemático de 50% no intercâmbio comercial em relação ao ano passado. Se em 2009 houve uma queda de 20% em relação a 2008 ; ocasião em que o intercâmbio tinha chegado a US$ 31 bilhões ;, em 2010 ocorreu aumento de 50% em relação ao ano passado. Isso mostra que, possivelmente até o fim deste ano, teremos, novamente, uma situação recorde no intercâmbio. Estamos recuperando todo o terreno perdido e isso mostra a vitalidade da integração econômica entre o Brasil e a Argentina;.