O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, pediu neste sábado (17/7) a Washington garantias sobre a interrupção da colonização israelense em Jerusalém Oriental antes de retomar negociações diretas com Israel.
Esse pedido foi feito ao emissário americano George Mitchell, recebido em Ramallah, Cisjordânia, pelo chefe da Autoridade palestina.
"Até o momento, não há esclarecimentos sobre a posição americana a respeito de um certo número de problemas, em particular os que permitiriam passar a discussões sobre um acerto final", explicou um dirigente da OLP, Yasser Abed Rabbo, ao comentar o encontro.
"Essa reunião de três horas foi certamente importante, mas existem muitas questões, principalmente a respeito das colônias e da situação em Jerusalém, que precisam de esclarecimentos por parte dos americanos", afirmou Rabbo.
Os palestinos exigem uma paralisação total da colonização antes de negociar a paz.
Mitchell classificou o encontro com Abbas de "muito produtivo". Como é habitual, o mediador americano se negou a entrar em detalhes.
Em uma entrevista publicada neste sábado pelo jornal jordaniano independente Al Ghad, Abbas afirmou que Israel deveria aceitar a presença de uma terceira parte no território, em alusão a um acordo ao qual ambas as partes chegaram durante o mandato do ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert e que estipula a mobilização de uma força internacional como a da Otan no futuro Estado palestino sem que nenhum soldado israelense fique estacionado na zona.
Israel insiste em fazer o controle das fronteiras do Estado palestino e evoca para isso razões de segurança.
Israelenses e palestinos aceitaram em maio iniciar negociações indiretas, chamadas de proximidade, incentivadas pelos Estados Unidos, mas essas discussões, segundo os dirigentes palestinos, não resultaram em nenhum progresso.
Os Estados Unidos se esforçam por promover um diálogo direto entre as duas partes.
O porta-voz do departamento de Estado, Philip Crowley, afirmou nesta semana que os Estados Unidos "acreditam firmemente" na retomada do diálogo direto suspenso desde a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza no final de 2008.
O presidente Obama espera que a reunião israelense-palestina possa começar antes de 26 de setembro, data em que expira uma moratória parcial sobre a construção de colônias judias da Cisjordânia.