postado em 19/07/2010 09:09
A Otan anunciou ontem ter interceptado uma carta do suposto chefe supremo dos talibãs, o mulá Mohamad Omar, na qual pede que todos os afegãos que apoiem o atual governo sejam capturados e mortos. O mulá Omar teria emitido essa diretriz em junho, segundo o porta-voz da Otan, o general Josef Blotz. O porta-voz acrescentou que a carta ordena que os talibãs combatam as forças da coalizão até a morte e capturem e matem os civis afegãos que apoiem ou trabalhem para as tropas internacionais ou para o governo de Cabul. Também faz um chamado para que sejam recrutados afegãos que tenham acesso a bases da Otan ou bases americanas, informou o general Blotz aos jornalistas. O mulá é um dos fundadores do movimento talibã e considerado o líder espiritual do grupo. Foi expulso do poder em Cabul no fim de 2001 por uma intervenção militar internacional. A Otan acredita que o chefe dos talibãs vive escondido no Paquistão. A carta interceptada, caso seja declarada autêntica, revoluciona o tratamento dispensado aos prisioneiros afegãos dos talibãs. ;Toda vez que for capturado um chefe, um soldado ou um trabalhador do governo escravo, não é preciso atacar nem causar danos a esses prisioneiros;, determinava um código de conduta atribuído a Omar em agosto de 2009. A nova carta também pede que sejam mortas as mulheres que ajudam as forças de coalizão ou forneçam informações.
Transição
Os países da Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf) no Afeganistão aprovarão na próxima semana, em Cabul, um calendário de retirada que prevê uma transferência ao exército afegão do controle do território em 2014, informou ontem o jornal britânico The Independent. ;A comunidade internacional apoia o objetivo do presidente do Afeganistão (Hamid Karzai) de que as forças de segurança nacionais do Afeganistão conduzam as operações militares em todas as províncias até o fim de 2014;, segundo um projeto de declaração comum citada pelo jornal.
O documento sustenta que as potências estrangeiras continuarão com seus esforços durante um período de transição ;para reforçar a segurança, e continuarão treinando, equipando e financiando o exército afegão;. Segundo o The Independent, o texto foi enviado a altos diplomatas no sábado por meio do representante especial da ONU no Afeganistão, Staffan de Mistura. Um porta-voz do ministério britânico das Relações Exteriores se negou a comentar a informação.