Agência France-Presse
postado em 19/07/2010 11:44
Sessenta e uma pessoas morreram e mais de 150 ficaram feridas na colisão de dois trens nesta segunda-feira (19/7) no Estado de Bengala Ocidental (leste da Índia), mas as autoridades temem que este balanço possa ser maior, já que muitos passageiros ainda estão presos entre as ferragens.Segundo o ministro da Defesa Civil de Bengala Ocidental, a colisão dos trens foi causada por uma negligência. "Não se trata de um ato de sabotagem. É um trágico acidente que aconteceu por causa de uma negligência por parte da administração das ferrovias", declarou o ministro Srikumar Mukherjee.
Por volta das 02H00 local de segunda-feira (17H30 de domingo), um trem expresso que se dirigia para Calcutá se chocou com outro trem que estava parado numa estação do distrito de Birbhum, 200 km ao norte da capital do Estado de Bengala Ocidental.
O impacto foi tamanho que um dos vagões do trem que estava parado foi lançado no ar e ficou pendurado de uma ponte sobre a ferrovia.
"O balanço pode superar os 70 mortos", declarou a AFP o ministro do governo de Bengala Ocidental, encarregado dos serviços de resgate, Murtaza Hussain.
Segundo a polícia, mais de 160 pessoas ficaram feridas, muitas delas com gravidade. "Estava dormindo na cama de cima quando aconteceu um enorme impacto, como uma explosão. Fui jogado da cama e as pessoas começaram a gritar, havia um pânico total", contou um dos sobreviventes ao canal de tv Times Now.
Outra sobrevivente, Rajni Dhar, declarou ter ouvido um barulho horrível antes de desmaiar. "Quando recuperei a consciência, pedi ajuda e fui tirada do compartimento", contou.
Muitos dos mortos se encontravam na parte traseira do trem parado, em vagões sem reservas e habitualmente repletos.
"Os passageiros que morreram viajavam em compartimentos sem reserva, por isso não dispomos de seus nomes ou de informações essenciais para entrar em contato com seus parentes", explicou Sunil Banerjee, funcionário do tráfego ferroviário.
Os serviços de resgate vararam a madrugada retirando corpos e feridos, ajudados por uma multidão de curiosos.
No momento, as autoridades desconhecem os motivos da colisão.
Este acidente acontece menos de duas semanas depois de outra colisão no mesmo Estado, e na qual morreram 150 pessoas e que foi atribuída a uma sabotagem dos rebeldes maoístas, ativos na região.
"Continuamos buscando elementos e tomaremos todas as medidas necessárias para descobrir quem está por trás desta catástrofe", declarou à imprensa a ministra dos Transportes Ferroviários, Mamata Banerjee, originária de Bengala Ocidental.
A ministra informou ainda que 500.000 rúpias (10.500 dólares) serão pagas às famílias dos falecidos e 100.000 rúpias para familiares dos feridos.
As ferrovias indianas, administradas pelo Estado, transportam todos os dias 18,5 milhões de pessoas e continuam sendo o principal meio de transporte em longas distâncias neste imenso país, apesar da concorrência crescente de novas companhias privadas.
A cada ano acontece uns 300 acidentes ferroviários na Índia.