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Suriname elege ex-mandatário suspeito de narcotráfico para Presidente da República

postado em 19/07/2010 17:45
O ex-presidente Desi Bouterse, de 63 anos, suspeito de narcotráfico foi eleito hoje (19/7) presidente da República do Suriname. Por 36 votos favoráveis, a Assembleia Nacional do país o elegeu para um mandato de cinco anos. Apenas 15 dos 51 membros do Parlamento não apoiaram o novo presidente.

Bouterse foi denunciado por narcotráfico e participação em uma série de assassinatos de quilombolas surinameses em 1982. O governo holandês tem um pedido de extradição do presidente que foi eleito para o cargo pela terceira vez.

Em 1999, o governo da Holanda enviou ao Brasil uma série de documentos denunciando a família Bouterse. Além do futuro presidente, o documento acusa o filho dele, Dino Bouterse. Pelas investigações dos holandeses, Dino comandou cinco operações de troca de armas por drogas com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Brasil e Suriname mantêm relações diplomáticas e políticas. Mas nos últimos meses dois episódios causaram tensões ente os países. Em dezembro, cerca de 200 estrangeiros, alguns deles brasileiros, foram atacados na região da cidade de Albina, por quilombolas surinameses. Na ocasião, 14 brasileiros ficaram feridos, sete em estado grave.

Em maio, 28 brasileiros foram presos por autoridades do Suriname sob suspeitas de garimpo ilegal no país. Pelos cálculos da Embaixada do Brasil no Suriname, há de 15 mil a 20 mil brasileiros vivendo no país.

O perfil de brasileiros que procuram o Suriname é de trabalhadores do campo, do garimpo e de atividades domésticas. Muitos não têm documentação adequada com medo de serem expulsos do país. A maioria dos brasileiros que vive no Suriname é procedente do Maranhão, Amapá e Pará.

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