Agência France-Presse
postado em 19/07/2010 21:33
Os serviços de segurança criados depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 estão tão ampliados e a dimensão é tão secreta e enredada que o alcance é um enigma até para os principais atores, destacou um estudo publicado nesta segunda-feira (19/7) pela imprensa americana, repudiada pelo diretor de inteligência.O estudo do jornal The Washington Post diz que os atentados contra Washington e Nova Iorque deram origem a uma burocracia "tão incomensurável e hermética que ninguém sabe quanto dinheiro custa, quanta gente emprega, quantos programas inclui, nem quantas exatamente são as agências que fazem o mesmo trabalho".
Segundo a pesquisa, há 1.271 organismos governamentais e 1.931 empresas privadas em 10 mil locais de todo o país que trabalham em programas vinculados ao contra-terrorismo, e 33 complexos edificados ou em obras para abrigar tarefas ultrasecretas, equivalentes ao espaço que ocupariam três Pentágonos.
A rede de inteligência "cresceu tanto desde o 11 de setembro (de 2001) que abarcá-la - não só para o DNI (diretor de Inteligência Nacional), o diretor da CIA ou o secretário de Defesa, mas para qualquer indivíduo - é um desafio", disse o chefe do Pentágono, Robert Gates, ao The Washington Post.
"Nove anos depois de gastos sem precedentes (...), o sistema instalado para proteger os Estados Unidos se tornou tão denso que é impossível estabelecer a eficácia", enfatizou o jornal.
No entanto, o diretor interino do DNI, David Gombert, disse em um comunicado que o informe do Post "não reflete a Comunidade de Inteligência que conhecemos".
Enquanto as agências de inteligência "operam em um ambiente que limita o volume de informação que podemos compartilhar", os agentes americanos "impediram ataques e estão tendo sucessos diários não revelados".
O compromisso em manter a segurança nos Estados Unidos "permanecerá firme, sejam ou não refletidos nas notícias de todos os dias", acrescentou.
Logo, o DNI fez uma série de perguntas e respostas para derrubar "mitos", na qual afirma que a superposição de agências é, muitas vezes, "intencional" e que a Comunidade de Inteligência realiza um processo de revisão "intenso e contínuo".