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Uribe presta explicações

postado em 20/07/2010 09:42
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, discursa hoje pela última vez no Congresso Nacional, antes de entregar o cargo, em 7 de agosto, ao seu ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos. Ao fim de seu segundo mandato consecutivo, Uribe deve prestar conta sobre sua gestão ;que semeou atritos com os vizinhos Equador e Venezuela. Ele deve comentar também sua última revelação de que haveria guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território venezuelano, denúncia que será levada esta semana à Organização de Estados Americanos (OEA) e incomodou o governo de Hugo Chávez.

Em entrevista à rádio Caracol, o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, justificou as acusações de Uribe na reta final do mandato destacando que sua responsabilidade vai até 7 de agosto e que, por essa razão, ;o governo assumiu o custo político destas denúncias públicas;. Bermúdez tentou esclarecer que Uribe não pretende complicar o mandato do novo presidente, nem colocar uma ;trava na roda do governo que entra;. ;O mais difícil é assumir esta responsabilidade e levar estas denúncias a instâncias internacionais;, disse o chanceler. Ele aproveitou para comprometer o futuro governo de Santos com o seguimento das investigações. ;Os representantes do novo governo conhecem muito desta informação e eles têm a responsabilidade de que estes temas não fiquem parados;, completou Bermúdez.

Depois de amanhã, Luis Alfonso Hoyos, embaixador da Colômbia junto à OEA, apresentará oficialmente ao organismo multilateral a denúncia sobre os rebeldes das Farc na Venezuela. O diplomata acredita que a acusação ;afeta a segurança nacional;. Ontem, Hoyos se reuniu com as comissões do Ministério de Relações Exteriores e do Ministério da Defesa para preparar a apresentação da denúncia.

Equador
Em Quito, o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, recebeu ontem a colega colombiana, María Ángela Holguín, em uma visita tratada por ambos como ;de cortesia;. O ministro disse esperar que o encontro tenha servido para dar início à normalização das relações ; interrompidas em 2008, quando militares colombianos bombardearam um acampamento das Farc, construído em território do Equador.

Patiño afirmou que a Colômbia precisa ;melhorar o controle da fronteira; e indicou que esse tema será abordado com Santos. Ele também recordou que ainda está esperando um convite formal do governo colombiano ao presidente do Equador, Rafael Correa, para a cerimônia de posse do novo líder colombiano. ;O presidente Rafael Correa tem vontade de fazê-lo, e nós vamos entrar em contato com as autoridades do novo governo para lhe manifestar o desejo que temos de ir (à cerimônia de investidura);, disse Patiño. Para o diplomata, o convite seria um gesto e uma mensagem de amizade da Colômbia.

Amizade reafirmada
A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, felicitou ontem os colombianos pela comemoração do Bicentenário da Independência e ressaltou que espera manter boas relações, com a chegada de Juan Manuel Santos à presidência. ;Na última década, os EUA e a Colômbia têm sido parceiros próximos. Nós dividimos valores comuns e um respeito pelo governo democrático, pelo império da lei e pela autodeterminação;, declarou. Ela ressaltou que as últimas eleições demonstraram ;firme compromisso; com os princípios da democracia.

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