Agência France-Presse
postado em 20/07/2010 10:49
O presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, disse nesta terça-feira (20/7), em entrevista à AFP, em Genebra, que o governo de Havana poderá libertar outros presos políticos, além dos 52 já anunciados e que os ex-detentos, se assim quiserem, poderão permanecer na ilha.Alarcón recordou que nas conversações entre o governo de Raúl Castro e a Igreja Católica "ficou claro que a vontade do governo cubano é a de tirar da prisão todas as pessoas" não envolvidas em crimes de sangue, desde que não pesem sobre elas responsabilidades sobre a vida de outras pessoas".
Alarcón participa em Genebra de uma reunião de líderes parlamentares de todo o mundo.
"O que diz o acordo mediado pela Igreja Católica é que poderão viajar para o exterior (...), mas em Cuba há personas que já foram liberadas da prisão há muitos anos e que ficaram em suas casas", lembrou.
O regime comunista cubano comprometeu-se a libertar gradualmente, num prazo de quatro meses, 52 presos políticos, depois de um diálogo entre o cardeal Jaime Ortega e Raúl Castro.
Semana passada chegaram à Espanha 11 ex-prisioneiros com suas famílias, e nesta terça-feira devem desembarcar mais oito. A viagem havia sido adiada por falta de lugares nos voos regulares, informou à AFP em Madri uma fonte do ministério espanhol de Relações Exteriores.
Segundo cálculos da apenas tolerada Comissão Cubana de Direitos Humanos cubana, com a libertação dos 52 opositores ficariam 115 presos políticos na ilha, aos quais o Governo qualifica de "mercenários" a serviço dos Estados Unidos.