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Cuba autoriza ex-preso político a viajar aos EUA

Agência France-Presse
postado em 20/07/2010 20:26
O governo de Cuba autorizou nesta terça-feira (20/7) o ex-preso político paraplégico Ariel Sigler, libertado em junho, a viajar aos Estados Unidos, depois da mediação do cardeal Jaime Ortega, revelou a mulher do opositor.

[SAIBAMAIS]"Nesta terça-feira deram carta branca a Ariel. Agora, ele só precisa comprar a passagem", explicou à AFP Noelia Pedraza, que informou que o marido ficará "definitivamente" nos Estados Unidos, onde receberá atendimento médico.

"O cardeal me ligou ontem (segunda-feira) e me disse que tinha intercedido por Ariel diante do governo, que eu tivesse paciência que tudo ia se solucionar, e que hoje o Ministério do Interior me ligaria para que eu fosse pegar a permissão, como ocorreu", completou Pedraza.

As autoridades deram a permissão - solicitada há 20 dias - um dia depois deste opositor, de 46 anos, protestar no escritório da Migração de Matanzas (oeste), após ser informado de que teria de esperar 30 dias.

Segundo a família, Sigler gritou, na ocasião, consígnias contra o governo e levantou um cartaz que dizia: "estou morrendo, preciso me curar, e estão negando a minha saída".

O ex-preso foi levado para casa, na localidade de Pedro Betancourt (Matanzas) em um microônibus da segurança do Estado, após uma ligação do cardeal, explicou o irmão, Juan Francisco Sigler.

O dissidente foi libertado em 12 de junho como primeiro resultado de um inédito diálogo entre o cardeal Ortega e o presidente Raúl Castro, e oito dias depois recebeu um visto humanitário dos Estados Unidos.

Como fruto da mediação da Igreja, o governo começou na semana passada a libertar 52 presos políticos, do grupo de 75 opositores condenados em 2003 - entre eles, Sigler.

Vinte dos 52 aceitaram emigrar para a Espanha, mas alguns não desejam abandonar a ilha ou, como Sigler, querem ir aos Estados Unidos. Por isso, as famílias são entrevistadas pela Sessão de Interesses de Washington em Havana (Sina).

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