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Governo israelense endurece lei de cidadania

Ganhar cidadania israelense vai ficar mais difícil nos próximos meses. O mesmo vale para a entrada ilegal de imigrantes em Israel. Os governos do Cairo e de Jerusalém anunciaram que começarão a construir em novembro uma barreira eletrônica no Deserto do Negev. O projeto israelo-egípcio tem por meta impedir que africanos entrem em Israel, vindos do Sinai.

No último domingo, as autoridades israelenses também discutiram mudanças para a lei de nacionalidade: quem quiser ser cidadão deveria jurar lealdade não só ao Estado de Israel, mas também ao ;Estado judeu e democrático;. De acordo com o jornal Jerusalem Post, a ideia é dificultar que palestinos casados com israelenses árabes e muçulmanos consigam a nacionalidade com base na unificação familiar.

O gabinete de ministros prometeu continuar a analisar a emenda na legislação esta semana e defendeu que o assunto da nacionalidade não tem ligação com a construção da barreira na fronteira egípcia. Datada de 1952, a lei prevê quatro formas de acesso à nacionalidade: nascimento no país, imigração por meio da Lei do Retorno, residência e naturalização. Segundo a última opção, uma pessoa casada com um cidadão israelense poderia se naturalizar ao se declarar ;cidadão leal ao Estado de Israel;.

Polêmica
Além de evitar a naturalização dos imigrantes ilegais, o governo israelense espera que a barreira eletrônica impeça a entrada de refugiados e trabalhadores sem documentação da África, que já somam 25 mil em Israel. ;Neste momento, atravessar a fronteira não representa dificuldade;, disse o ministro de Segurança Interna, Yitzhak Aharonivic. Segundo o ministro, todo mês entram ilegalmente em Israel 1,2 mil africanos. Ele informou que a nova barreira será construída ao longo de 110km dos 240km de fronteira, e a conclusão está prevista para 2013.

Por sexo, árabe ;vira; judeu

Sabar Kashur, 30 anos, casado e cidadão árabe de Jerusalém, foi condenado ontem a um ano e meio de prisão por se fazer passar por um judeu solteiro para conseguir manter relações sexuais com uma jovem judia. Primeiramente, ele teria prometido um relacionamento estável à jovem. Mas, após o ato sexual, Kashur a teria abandonado em um edifício do centro de Jerusalém. ;O tribunal está obrigado a proteger o público de criminosos sofisticados que possam enganar vítimas inocentes a um preço insuportável ; a santidade de seus corpos e suas almas;, disse o juiz Tzvi Segal.

O tribunal condenou Kashur à prisão por violação e falsidade ideológica, além de obrigá-lo a pagar indenização de 10 mil shekels (R$ 4,6 mil). ;Não se trata de violação no sentido clássico, isto é, por força. Mas o ato foi conseguido com base em mentira e em falsa identidade. Se a demandante soubesse que o acusado não era solteiro e judeu, não teria aceitado (o sexo);, disseram os juízes. Os advogados de Kashur tentaram, em vão, reverter a pena em serviços comunitários.