Agência France-Presse
postado em 21/07/2010 15:43
A chefe da diplomacia americana Hillary Clinton e o secretário da Defesa, Robert Gates, realizaram nesta quarta-feira (21/7) visita inédita e simbólica à fronteira entre as duas Coreias, para demonstrar apoio a Seul, após uma corveta sul-coreana ter sido atingida por um torpedo, um fato atribuído a Pyongyang.Em Panmunjom, Hillary Clinton e Robert Gates entraram em uma sala de reunião atravessada pela linha de demarcação entre as duas Coreias. Os dois dirigentes puseram os pés bem no fim do lado norte-coreano da peça, sob o olhar curioso de um soldado atrás da vidraça.
Panmunjom está situada a 50km ao norte de Seul numa faixa desmilitarizada de 4km de comprimento, de uma parte a outra da linha de demarcação.
Desde a guerra da Coreia (1950-53), os dois países, que não assinaram armistício e estão ainda, teoricamente, em guerra, são separados por uma zona de fronteira extremamente vigiada, de 240km.
Ela foi estabelecida ao término do conflito para consagrar a partilha entre um Norte sob influência soviética e um Sul apoiado pelos Estados Unidos.
"Após o ataque contra a corveta Cheonan, acho que é particularmente oportuno demonstrar nosso forte apoio à Coreia do Sul, um aliado leal, e de dirigir mensagem muito clara à Coreia do Norte", havia dito Clinton à imprensa, nessa terça-feira, pouco antes de deixar o Afeganistão. Ela qualificou a visita à Coreia do Sul de "verdadeiro testemunho de solidariedade".
Seul e Washington acusam a Coreia do Norte - que desmente com firmeza - de ter enviado um torpedo em 26 de março a corveta sul-corena perto da linha de demarcação marítima entre as duas Coreias, causando a morte de 46 marinheiros sul-coreanos.
Pyongyang nega vigorosamente qualquer envolvimento, brandindo a ameaça de uma "guerra total" no caso de novas sanções da ONU.
Em 9 de julho, o regime escapou de uma acusação direta da parte do Conselho de Segurança da ONU que apenas condenou "o ataque".
Manobras militares navais conjuntas em grande escala entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos vão começar domingo, no Mar do Japão, confirmaram os dois países aliados.
O primeiro exercício, de 25 a 28 de julho, mobilizará 8 mil americanos e sul-coreanos, assim como vinte navios e submarinos, entre eles o porta-avião nuclear americano George Washington, assim como 200 aviões, entre eles o caça americano F-22, segundo comunicado do exército americano.
Outras manobras conjuntas, consagradas principalmente à defesa contra submarinos, seguirão nos próximos meses, ao mesmo tempo no Mar do Japão e no Mar Amarelo.
No total, serão realizados 10 exercícios navais nos próximos meses, precisou nesta quarta o ministério sul-coreano da Defesa.
Cerca de 28 mil soldados americanos estão estacionados na Coreia do Sul para apoiar 670 mil soldados sul-coreanos que estão de frente a 1,2 milhão de militares norte-coreanos.