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Vala comum com 17 republicanos antifranquistas é descoberta na Espanha

Agência France-Presse
postado em 22/07/2010 11:26
Uma vala comum com esqueletos de 17 republicanos foi encontrada perto de Toledo (centro), mais de 70 anos depois de as vítimas terem sido fuziladas pelos franquistas, revelou nesta quinta-feira o jornal El País.

Valas comuns de republicanos assassinados pelos partidários de Franco são regularmente encontradas na Espanha graças ao trabalho de associações de familiares de desaparecidos durante o franquismo.

Mas esta vala tem a particularidade de ser posterior ao final da guerra civil (1o. de abril de 1939) e de conter um número relativamente importante de corpos.

Estes combatentes republicanos foram assassinados em 3 de abril de 1939 depois de serem selvagemente torturados por alguns de seus vizinhos, quando voltavam da frente de batalha, explicou El País, citando a associação FEFM, encarregada da exumação.

Na Espanha, existem 114.000 "desaparecidos do franquismo", enterrados anonimamente em valas comuns no campo, esquecidos durante os 36 anos da ditadura franquista e atualmente muito difíceis de serem encontrados.

As associações de vítima reprovam o Estado espanhol seu pouco envolvimento para achar as valas comuns.

No entanto, depois da chamada "lei da memória histórica", aprovada no final de 2007 para reabilitar as vítimas do franquismo, o Estado começa a se envolver mais, financiando, por exemplo, as exumações.

As tentativas do juiz Baltasar Garzón de investigar sobre os desaparecidos do franquismo resultaram num fracasso em 2008. Ele teve de desistir de sua investigação ante a oposição da promotoria espanhola, que evocou uma lei de anistia assinada em 1977, dois anos depois da morte do ditador Francisco Franco.

Posteriormente, o juiz foi suspenso de suas funções, à espera de ser julgado pelo Supremo Tribunal por "prevaricação" e por ter querido investigar sobre este tema, passando por cima da anistia.

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