Agência France-Presse
postado em 22/07/2010 12:31
O ministro sérvio das Relações Exteriores, Vuk Jeremic, assegurou nesta quinta-feira (22/7) que seu país jamais reconhecerá a autoproclamada independência de Kosovo, depois que a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ditar que essa decisão não violou o direito internacional. Ele ainda acrescentou que a Sérvia terá "dias difíceis" pela frente e lançou um pedido de calma."A declaração de 17 de fevereiro de 2008 não violou o direito internacional geral", afirmou o presidente da CIJ, Hisashi Owada, em uma resolução não vinculante do tribunal com sede em Haia solicitada pela Assembleia Geral da ONU.
Em declarações anteriores à leitura da decisão, o ministro sérvio das Relações Exteriores, Vuk Jeremic, havia advertido que todas as fronteiras do mundo correriam perigo caso a CIJ desse seu apoio à secessão de Kosovo, em alusão a outras regiões que poderão seguir seus passos e proclamar sua independência.
Sessenta e nove países, incluindo os Estados Unidos e 22 dos 27 membros da União Europeia, reconheceram a independência de Kosovo, que conta com dois milhões de habitantes, dos quais 90% são albaneses. Somente a Espanha não reconheceu.
A Sérvia não reconhece a declaração unilateral de independência de Kosovo e a considera uma província sua. Belgrado esperava uma decisão favorável, que permitirá que inicie novas negociações sobre o estatuto de Kosovo.
O governo kosovar aguardava, por sua vez, que a CIJ apoiasse sua declaração de independência, proclamada em 17 de fevereiro de 2008, para facilitar o acesso aos países e às organizações internacionais que ainda não reconheceram.
Em 8 de outubro de 2008, Sérvia conseguiu que a Assembleia Geral das Nações Unias recorresse à CIJ para que decidir se a independência de Kosovo era legal.
De 1; a 11 de dezembro de 2009, a Sérvia, Kosovo e 29 Estados, entre eles Estados Unidos e Rússia, participaram em uma audiência oral em Haia.
A guerra de 1998-1999 entre as forças de Belgrado e os separatistas kosovares deixou 13.000 vítimas, em sua maioria albaneses de Kosovo. Um total de 1.862 pessoas continuam dadas como desaparecidas.