Agência France-Presse
postado em 22/07/2010 15:09
A Colômbia solicitou nesta quinta-feira (22/7), na OEA, a formação de uma comissão internacional para verificar a presença de guerrilheiros em território da Venezuela.Durante reunião extraordinária na OEA na qual denunciou a presença na Venezuela de 1,5 mil guerrilheiros e dezenas de acampamentos, o embaixador colombiano Luis Hoyos pediu "a constituição de uma comissão internacional para visitar esses sítios", onde estariam os rebeldes.
A comissão seria integrada por representantes da ONU, dos países membros da Organização de Estados Americanos (OEA) e da imprensa.
Hoyos afirmou que a Venezuela não deveria questionar a comissão, uma vez que afirma que as denúncias "são mentirosas e fazem parte de uma montagem"
Segundo o representante colombiano, há uma certa urgência em relação aos trabalhos dessa comissão, pelo que deveria ser constituída nos próximos 30 dias, para evitar que guerrilheiros das Farc e do ELN desativem os acampamentos.
O embaixador da Venezuela, Roy Chaderton, rejeitou a possibilidade de criação dessa comissão. "Seria aberto um precedente curioso (...), pelo que passaríamos a nos dedicar a visitar cada um dos países vizinhos para nos pronunciarmos sobre problemas de ordem interna", disse Chaderton.
Chaderton lamentou que a Colômbia tenha decidido "montar um espetáculo, um circo midiático, que pode pôr em risco e comprometer a relação bilateral". E também advertiu que com denúncias como a de hoje poderiam estar sendo seladas bases para "uma operação militar em território venezuelano".
A informação apresentada pela Colômbia não constitui "nenhuma evidência, nenhuma prova", e inclui "fotos muito curiosas" tiradas de "não sei onde", disse.
Chaderton admitiu que é difícil impedir a infiltração de guerrilheiros ou paramilitares por meio da ampla fronteira colombo-venezuelana, mas denunciou a "incompetência" do governo de Alvaro Uribe para resguardar o país.
Segundo o representante da Colômbia na Organização dos Estados Americanos (OEA), grupos guerrilheiros estão "consolidados" e "ativos" em território venezuelano
Durante reunião do organismo, em Washington, o representante colombiano na OEA, Luis Hoyos, denunciou a "presença consolidada, ativa e crescente desses grupos terroristas no país irmão da Venezuela".
Hoyos apresentou nesta quinta-feira ao organismo continental um extenso dossiê com "coordenadas precisas, dados muito contundentes" que provariam a presença de grupos guerrilheiros colombianos na Venezuela.
A Colômbia espera "que o governo venezuelano aceite a obrigação de impedir no território a presença de grupos que não são atacados nem perseguidos como deveriam ser", disse Hoyos no início a sessão.
Bogotá denunciou há uma semana a presença de líderes guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) na Venezuela, o que voltou a comprometer as já complicadas relações entre ambos os países.