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Coreia do Norte anuncia que os Estados Unidos receberão uma 'resposta física' às sanções impostas

A Coreia do Norte anunciou que os Estados Unidos receberão uma ;resposta física; às sanções anunciadas na última quarta-feira pela secretária de Estado Hillary Clinton. O alvo da reação seria o exercício militar que forças norte-americanas planejam realizar amanhã no Mar do Japão, em conjunto com a Coreia do Sul. As ameaças vieram logo depois de Hillary ter pedido, durante visita ao Vietnã, que os países asiáticos apoiem os EUA e as Nações Unidas nos esforços para pôr fim ao programa nuclear norte-coreano.

;Aqui na Ásia, uma Coreia do Norte isolada e belicosa se lançou numa campanha de comportamentos provocativos e perigosos, incluindo um ataque contra o barco militar sul-coreano Cheonan (em março);, afirmou Hillary aos delegados do Fórum de Segurança da Ásia, reunidos em Hanói. Segundo ela, é preciso que os ;amigos e aliados; continuem aplicando as sanções da ONU, de forma plena e transparente, para que o regime comunista ;tome as medidas que deve tomar;. ;A Coreia do Norte deve mudar fundamentalmente de comportamento e respeitar seu compromisso de desnuclearização;, destacou. A secretária não se referiu, no discurso, às sanções complementares americanas, anunciadas dois dias antes, mas insistiu na ameaça que o país, segundo ela, representa para a região.

O porta-voz da delegação norte-coreana em Hanói, Ri Tong-il, logo rebateu o apelo de Hillary com o alerta: ;Haverá uma resposta física contra os passos e a ameaça militar imposta pelos EUA;. Segundo Ri, as sanções ;violam; uma declaração adotada pela ONU após o naufrágio da corveta sul-coreana, e os exercícios navais anunciados para amanhã ;são uma grande ameaça não só à Península Coreana, como também à paz e à segurança mundiais;.

Pressão no mar
O governo americano afirmou que os exercícios conjuntos no Mar do Japão vão durar quatro dias, com participação de 8 mil militares dos dois países, 200 aviões, 20 navios e submarinos, além do porta-aviões nuclear George Washington. Ontem, o Japão anunciou que quatro oficiais do país vão monitorar as manobras.

Devido a sua proximidade com Pyongyang, o governo chinês não se pronunciou sobre o naufrágio da corveta Cheonan, que o regime comunista denuncia como uma ;montagem;, mas tem advertido repetidamente Washington e Seul quanto às consequências das manobras navais. Ao se encontrar com Hillary, o chanceler chinês, Yang Jiechi, reafirmou a oposição de Pequim a exercícios com navios estrangeiros no Mar Amarelo e outros mares territoriais que possam ameaçar seu país. Yang pediu que a Coreia do Sul e os EUA não façam nada que ;prejudique as relações bilaterais, agravando a tensão regional;.