Agência France-Presse
postado em 24/07/2010 14:02
BAMAKO - A França realizava neste sábado uma operação militar para tentar encontrar o refém Michel Germaneau, em poder da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) no Mali, afirmou à AFP uma fonte militar estrangeira, no momento em que aumenta a preocupação pela sua sorte.A AQMI mantém como refém Germaneau, de 78 anos, desde abril passado e ameaçou executá-lo a partir de segunda-feira se membros do grupo detidos na região não forem liberados.
A mesma organização, que atua em uma zona desértica entre Mali, Níger, Mauritânia e Argélia, mantém como reféns dois espanhóis: Albert Vilalta, de 35 anos, e Roque Pascual, de 50, que foram sequestrados no final de novembro.
"Os franceses estão fazendo tudo o que podem para conseguir a libertação de Germaneau", envolvido em uma ação de ajuda humanitária na África, afirmou esta fonte militar, indicando que uma operação é realizada atualmente em território malinense.
Esta informação não pode ser confirmada por fontes oficiais, nem em Paris nem em Bamako, ou por fontes independentes.
Um ataque militar lançado na quinta-feira pela Mauritânia com o "apoio técnico" da França a uma unidade da AQMI foi executado apenas para encobrir a operação, segundo esta fonte militar.
"Os americanos e os franceses apoiaram esta operação de alguma maneira e, ao mesmo tempo, em outro lugar do grande deserto, era realizada outra que continua atualmente", afirmou. A fonte acrescentou que participam da operação forças de outros países da região.
Seis membros do grupo magrebino da Al-Qaeda morreram durante a operação mauritana, cujo objetivo aparente era libertar o refém, de quem não há notícias.
Germaneau, sequestrado em 19 de abril no Níger e levado para Mali, é mantido refém por uma célula da AQMI liderada pelo argelino Abdelhamid Abu Zeid, considerado um homem "violento e brutal" que já executou há 13 meses um refém britânico. Londres havia se negado a ceder às exigências da AQMI, que também pedia a libertação de prisioneiros em troca do refém britânico.
Dez dias antes da operação mauritana, o presidente francês Nicolas Sarkozy manifestou sua "ardente preocupação" com Germaneau.
A última prova de vida do refém foi dada em meados de maio, quando a AQMI divulgou uma gravação de som, na qual pedia a intervenção de Sarkozy para que fosse libertado, junto com uma fotografia.
Germeneau sofre de problemas cardíacos e tem sido privado de medicamentos desde meados de junho, de acordo com fontes de segurança em Mali.
O jornal espanhol El País considerou neste sábado que "a ataque de quinta-feira equivale a uma sentença de morte para Germaneau, se é que não morreu há semanas".