Agência France-Presse
postado em 26/07/2010 10:56
O grupo petroleoro britânico British Petroleum (BP) indicou nesta segunda-feira que ainda não adotou qualquer decisão definitiva sobre uma mudança de direção, depois que a imprensa deu por certa a demissão de seu diretor executivo, Tony Hayward, por causa de sua má gestão da maré negra no Golfo do México.Em um breve comunicado à Bolsa de Londres na manhã desta segunda-feira, o grupo "toma nota especulações da imprensa no fim de semana sobre possíveis mudanças da direção e a carga que representam os costos da maré negra no Golfo do México".
"A BP confirma que não foi tomada qualquer decisão definitiva sobre esses temas", mas que na noite desta segunda-feira será realizada uma reunião do conselho de administração antes da publicaçao dos resultados do grupo no segundo trimestre na terça-feira.
As decisões serão anunciadas de maneira apropriada, acrescenta a BP.
No domingo, vários jornais britânicos anunciaram que Tony Hayward se demitirá da companhia dentro de alguns dias.
Segundo a BBC, o encarregado deve anunciar sua demissão nas próximas 24 horas. "Tony Hayward negocia as condições de sua saída", acrescentou, citando uma fonte da BP.
O jornal Sunday Times noticiou, por sua vez, que Hayward, duramente criticado pela gestão do vazamento de petróleo no Golfo do México, renunciará ao cargo antes que a BP anuncie, na terça-feira, seus resultados semestrais.
O Sunday Telegraph, por sua vez, destacou que o Conselho Administrativo da BP, que se reunirá na segunda-feira, estudará a possibilidade de reduzir a indenização de saída para Hayward a fim de evitar qualquer controvérsia política.
O diretor da BP, que trabalha para o grupo há 28 anos, tem direito a um ano de salário - ou seja, mais de um milhão de libras ou 1,2 milhão de euros -, ao que se soma uma bonificação anual de mais de dois milhões de libras e uma aposentadoria de 600.000 libras por ano.
Segundo a BBC, ele deverá ser substituído pelo americano Bob Dudley, que em junho já tinha assumido a direção efetiva das operações do grupo petroleiro contra a maré negra no Golfo do México, até então comandada por Hayward.
O alto funcionário, de 52 anos, foi duramente criticado pelos Estados Unidos por sua gestão da crise.
Segundo a BBC, o presidente da BP, Carl-Henric Svanberg, chegou à conclusão de que só sua saída permitiria ao grupo tentar deixar para trás a catástrofe ambiental.