Agência France-Presse
postado em 26/07/2010 15:59
A Casa Branca advertiu hoje (26/7) o grupo britânico BP de que a eventual substituição do polêmico presidente, Tony Hayward, em nada muda a obrigação de limpar o petróleo derramado no Golfo do México e indenizar as vítimas do desastre ambiental."O presidente da BP (...) se decidir ir embora, é uma coisa", disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. "O que é certo é que a BP não pode nem deve deixar o golfo sem cumprir com a responsabilidade de fechar o poço, limpar os estragos causados (pelo óleo derramado) e indenizar os que foram prejudicados", enfatizou.
Em Londres, a imprensa anunciou como iminente a partida de Hayward, centro de críticas pela gestão da resposta da empresa à explosão que, em 20 de abril, matou 11 operários da BP na plataforma Deepwater Horizon, em frente ao litoral da Louisiana.
Em um breve comunicado à Bolsa de Londres na manhã de hoje, a British Petroleum (BP ) diz que "tomou nota de especulações na imprensa do fim de semana sobre possíveis mudanças da direção e a carga que representam os custos da maré negra no Golfo do México".
Se as notícias se confirmarem, o diretor da BP, que trabalha para o grupo há 28 anos, tem direito a um ano de salário - ou seja, mais de um milhão de libras ou 1,2 milhão de euros -, ao que se soma uma bonificação anual de mais de dois milhões de libras e uma aposentadoria de 600 mil libras por ano.
Segundo a BBC, ele deverá ser substituído pelo americano Bob Dudley, que em junho já havia assumido a direção efetiva das operações do grupo petroleiro contra a maré negra no Golfo do México, até então comandada por Hayward.
O alto funcionário, de 52 anos, foi duramente criticado pelos Estados Unidos pela gestão da crise.
Segundo a BBC, o presidente da BP, Carl-Henric Svanberg, chegou à conclusão de que só a saída permitiria ao grupo tentar deixar para trás a catástrofe ambiental.