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Revelações sobre Afeganistão deixam Casa Branca na defensiva

Agência France-Presse
postado em 26/07/2010 18:09
A divulgação de milhares de documentos secretos que revelam um panorama sombrio da situação no Afeganistão colocou hoje (26/7) a Casa Branca na defensiva.

O governo Obama reagiu rapidamente à divulgação de trechos de cerca de 92 mil documentos internos do Pentágono referentes à situação no Afeganistão desde 2004, criticando com firmeza esse vazamento.

O conselheiro de Segurança Nacional do presidente, general James Jones, ressaltou no domingo que "os documentos divulgados pelo (site) Wikileaks cobrem um período que vai de janeiro de 2004 a dezembro de 2009", ou seja, antes do anúncio de Obama da nova estratégia para o Afeganistão.

Em dezembro, Obama anunciou o envio de 30 mil soldados como reforço para combater a insurreição talibã.

Nesta segunda-feira, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, afirmou que essa divulgação "alarmante", que "infringe a lei (...) representa um perigo muito real" para os soldados no terreno, por causa dos detalhes revelados.

Gibbs fez questão de mencionar os progressos registrados nas relações com o Paquistão, cujo serviço secreto é acusado de envolvimento direto com os talibãs.

Os americanos "melhoraram esta relação", mesmo que "ninguém vá dizer que a missão foi cumprida", acrescentou Gibbs.

O porta-voz, entretanto, assegurou que esses documentos não revelam nada que já não tenha sido escrito pela imprensa sobre a guerra.

"Nenhum governo gosta de ver os segredos divulgados", explica o especialista em estratégia Anthony Cordesman, do Centro para Estudos Internacionais e Estratégicos (CSIS) de Washington. Segundo ele, essas revelações são explosivas no sentido que contradizem o otimismo até então manifestado pelo governo.

Já para Julian Zelizer, professor de História da Universidade de Princeton, essas revelações colocam em evidência o fato de que Obama "apostou em uma guerra em que não há progresso". Ele ficará vulnerável aos ataques dos republicanos, que criticam a "apatia em termos de segurança nacional".

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