Agência France-Presse
postado em 27/07/2010 09:17
O prefeito de Duisburgo (oeste da Alemanha), Adolf Sauerland, está sendo acusado de ter ignorado as advertências para os riscos de segurança que representava o festival de música Love Parade, onde 20 pessoas morreram pisoteadas no fim de semana.Sauerland afirmou ao jornal Rheinische Post que não tinha conhecimento de advertência alguma antes do evento, mas o jornal Colonia Kolner Stadt-Anzeiger informo que as autoridades assinaram a autorização oficial apenas algumas horas antes do início do festival, o que parece indicar que até o último minuto pensaram em cancelar a festa.
O ex-chefe dos bombeiros de Duisburgo, Klaus Schafer, declarou, por sua vez, que aconselhou que o festival fosse cancelado por causa das questões de segurança.
Segundo ainda a imprensa local, o chefe da polícia, Rolf Cebin, havia se oposto à organização da Love Parade em função desses questionamentos, o que lhe valeu pressões políticas para se afastar do cargo.
Conforme informou na noite de domingo a revista Der Spiegel em sua edição digital, baseando-se em documentos administrativo, o local para a realização da Love Parede só tinha permissão para receber 250.000 pessoas,
Segundo a revista, a polícia ignorou toda a documentação relativa à Love Parade, incluindo as orgens de intervenção, relatórios e mapas que figuravam nos computadores dos funcionários encarregados do evento.
A Alemanha se encontra de luto e chocada pelas 20 pessoas que morreram no sábado. Além dos mortos, outras 340 pessoas ficaram feridas na festa, que reuniu 1,4 milhão de pessoas, segundo um novo registro divulgado no domingo pela polícia.
As autoridades seguiam investigando as causas do tumulto.
No momento, as principais questões estão centradas nas condições de segurança de um túnel de 200 metros de extensão e 30 de largura, que parecia ser o único acesso ao terreno de uma antiga estação de trens de carga, onde a festa foi realizada.
A polícia indicou que a confusão ocorreu dentro do túnel, mas uma autoridade da Prefeitura de Duisburgo disse que várias pessoas morreram em uma pequena escada lateral.
A maior parte dos participantes não sabia nada do tumulto e continuou dançando. As autoridades também não divulgaram a notícia para evitar um novo movimento de pânico.
Por parte do governo, a chanceler alemã Angela Merkel disse no sábado que estava "atônita", e o recém-eleito presidente Christian Wulff disse: "Esta catástrofe, que causou mortes, pesar e dor em um festival pacífico com pessoas jovens de muitos países, é horrível".
A tristeza causada pela tragédia logo se transformou em indignação. As pessoas que foram à festa criticaram os organizadores por terem feito do túnel o único ponto de acesso para o festival.