Agência France-Presse
postado em 27/07/2010 16:11
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, fez uma visita surpresa hoje (27/7) à Jordânia, onde se encontrou com o rei Abdullah II para falar sobre o processo de paz com os palestinos, apesar de as relações entre o Estado hebreu e o reino hachemita atravessarem uma fase de tensões.Um alto funcionário jordaniano comentou à AFP que o encontro durou "mais de duas horas" e que os dois dirigentes "falaram com clareza e franqueza sobre possíveis medidas para que o processo de paz avance" entre israelenses e palestinos.
"No jargão diplomático, isso significa que o encontro foi tenso, porque quando as duas partes se expressam com franqueza, as posições são completamente divergentes", afirmou um ex-ministro, que pediu para ter a identidade preservada.
A visita, anunciada pelo palácio real após a partida de Netanyahu, ocorre em um momento em que as relações são "tensas" entre os dois países, segundo analistas políticos jordanianos.
Amã criticou fortemente o ataque israelense a uma flotilha de ajuda a Gaza em águas internacionais, em 31 de maio passado, no qual morreram nove voluntários turcos.
O alto funcionário jordaniano também declarou que o encontro entre o rei e Netanyahu, assim como o que o soberano manteve na véspera com o presidente palestino, Mahmud Abas, "faz parte dos esforços da Jordânia com todas as partes envolvidas para alcançar uma solução de paz baseada em dois Estados, um palestino e um israelense".
O esforço por reativar as negociações de paz vai de encontro a uma opinião pública jordaniana majoritariamente contrária a uma normalização com Israel, depois que os dois países assinaram um tratado de paz em 1994.
Segundo consulta do Centro de Estudos Estratégicos, 85% dos jordanianos consideram que Israel "é o maior perigo para a segurança da Jordânia" e que o Estado hebreu "não é sério na busca de paz".