Não há sobreviventes entre as 152 pessoas que ocupavam o Airbus A321 da companhia paquistanesa Airblue que caiu nesta quarta-feira (28/7) nas colinas que cercam Islamabad. As equipes de socorro, que informaram ter resgatado mais de 90 corpos, informaram que a maioria deles estava muito mutilada.
"Nós encontramos muitos pedaços de corpos", declarou à televisão estatal um socorrista, Aitbar Khattak, que participa das tarefas de resgate desse acidente, o mais mortífero da aviação paquistanesa em 18 anos. "A única coisa que vi foram mãos ou pés carbonizados", contou, por sua vez, outro socorrista, Arshad Javed.
Segundo o porta-voz da Airblue Raheel Ahmed, o Airbus decolou de Karachi rumo a Islamabad com 146 passageiros e seis tripulantes a bordo.
O tempo estava muito nublado e chuvoso na manhã desta quarta na capital paquistanesa e nas colinas próximas. "Aparentemente, a causa do acidente é o mau tempo, mas as investigações continuam", declarou Ahmed à AFP. "O avião voava muito baixo e ouvimos um barulho muito forte", declarou um residente da região.
Uma espessa fumaça era vista nas colinas verdes de Margalla, que cercam a capital. As televisões locais mostram os veículos dos serviços de resgate que se dirigiam para o local do acidente.
Luto nacional
O governo paquistanês decretou um dia de luto nacional. O primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani e seu governo "expressaram seu pesar e sua dor por este trágico acidente e estão rezando pelos passageiros mortos".
Familiares dos passageiros que esperavam a chegada do avião choravam angustiados no aeroporto depois de terem recebido as notícias do desastre. "Não podemos explicar a dor que sentimos. Não sabemos se ele está vivo", afirmou Bilal Haider, que esperava seu irmão mais novo, Abbas, que foi a Karachi para uma entrevista de trabalho. "Vários corpos estão espalhados pela área", declarou Imtiaz Inayat, da Prefeitura de Islamabad, citado pela televisão local.
[SAIBAMAIS]Segurança relativamente boa
A Airblue opera desde 2004 com os Airbus A320 e A321 e realiza voos domésticos e internacionais para lugares como Dubai e Manchester (Reino Unido). A segurança dos voos no Paquistão é considerada relativamente boa.
Em julho de 2006, um Fokker-27 da companhia Pakistan International Airlines (PIA) que se dirigia para Lahore (leste) caiu perto da cidade de Multan (centro), causando a morte das 45 pessoas a bordo.
O acidente mais mortífero com um avião paquistanês remonta a setembro de 1992: um Airbus A300 da PIA caiu perto do aeroporto de Katmandú, no Nepal, depois de uma manobra de aproximação prematura em meio a más condições meteorológicas, deixando 167 mortos.