Agência France-Presse
postado em 28/07/2010 16:30
O governo francês vai intensificar a política de demolição de acampamentos ilegais de ciganos e extradição deles para a Romênia e a Bulgária, um anúncio criticado pelas associações dos direitos humanos que denunciam a "estigmatização" de uma população.O presidente Nicolas Sarkozy convocou uma reunião hoje (28/7) no Palácio do Eliseu para discutir "problemas de comportamento de alguns", após um episódio de violência ocorrido há cerca de dez dias em um município no centro da França.
Uma delegacia foi atacada, depois que um jovem cigano foi morto por um policial durante uma perseguição.
No fim da reunião de governo, o ministro do Interior, Brice Hortefeux, anunciou a demolição de metade dos acampamentos ilegais de ciganos em três meses. Falou também da transferência "praticamente imediata" para a Romênia e a Bulgária daqueles ciganos que cometeram delitos.
Hortefeux estimou que existam cerca de 300 "acampamentos ou squatts" registrados, localizados, a maioria nas periferias, e alguns deles, segundo o governo, "são pontos de tráfico de drogas, exploração infantil em mendicância, prostituição ou deliquência".
Os "viajantes", um termo administrativo francês para agrupar diversas etnias ciganas, têm origem principalmente nos Bálcãs, em particular na Romênia, e representam um total de 400 mil pessoas na França (95% deles têm nacionalidade francesa). Os romas (etnia cigana) representam 15 mil pessoas.