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Liga Árabe subordina diálogo com Israel a aval de Abbas

Agência France-Presse
postado em 29/07/2010 18:43
Os países da Liga Árabe estão de acordo com a retomada do diálogo direto com Israel, mas deixa ao presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, a missão de julgar se as condições estão reunidas para esse reinício.

"Vou ser claro. Há um acordo, mas sabendo do que vai ser dito e como têm que ser realizadas as negociações diretas", disse o premier e ministro das Relações Exteriores do Qatar, Hamad Ben Jasem Ben Jabr Al Thani, que presidiu no Cairo o encontro do qual participou Abbas. "Deixamos o presidente palestino decidir quando as condições permitam iniciar negociações desse tipo", a favor das quais Washington faz pressão, acrescentou, ao ser perguntado pela imprensa.

O alto funcionário catariano acrescentou que uma carta ao presidente americano, Barack Obama, seria enviada expondo "como vemos todo o processo de paz ou de negociação direta".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reagiu rapidamente hoje (29/7) e se disse disposto a manter negociações "diretas e francas" com a Autoridade Palestina.

Horas depois, a Autoridade Palestina reiterou as exigências para um diálogo direto e sustentou que a retomada dependeria de Israel.

"Os árabes pediram em carta a Obama que se faça referência às fronteiras de 1967 do Estado palestino (...), assim como o fim da colonização" israelense nos territórios ocupados, disse à AFP, de Amã, o principal negociador palestino, Saeb Erakat.

Também de Amã, o porta-voz da Autoridade Palestina, Nabil Abu Rudeina, afirmou que "a posição dos palestinos é apoiada pelos árabes e pela comunidade internacional, e esperamos uma resposta israelense que permita garantir um clima propício a negociações diretas".

Estados Unidos e outros países, como França e Grã-Bretanha, intensificaram as pressões por negociações diretas, no lugar de discussões indiretas realizadas sem grande sucesso desde maio com a mediação de Washington.

O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Mussa, insistiu na necessidade de se obter "garantias escritas" para essas discussões diretas que devem, segundo ele, "ser sérias" e tratar "do estatuto final" de um futuro Estado palestino e de um acordo de paz.

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