Agência France-Presse
postado em 30/07/2010 09:32
Manuel Contreras, que foi o chefe da polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet, negou ter ordenado o assassinato do ex-comandante-em-chefe do Exército chileno, Carlos Prats, e atribuiu este crime à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA)."A CIA mandou matar o general Prats", declarou Contreras, ex-chefe da Direção de Inteligência Nacional (DINA), órgão repressor da ditadura de Pinochet, em entrevista ao canal Chilevisión.
Contreras, que recentemente foi condenado a 17 anos de prisão pelo assassinato do general Carlos Prats (opositor de Pinochet) e sua esposa, descartou ter sido agente pago da CIA. "Nunca recebi um centavo da CIA, nem para a DINA nem para mim", assegurou.
Contreras também negou que a DINA tenha assassinado inocentes. "Nós não matamos ninguém que não fosse terrorista (...) Não tenho as mãos manchadas de sangue", sentenciou.
A Suprema Corte do Chile condenou recentemente Contreras a 17 anos de prisão pelo assassinato de Prats, reduzindo assim a sentença de dupla prisão perpétua que pesava contra ele.
O regime de Pinochet (1973-1990) deixou 3.000 vítimas, entre mortos e desaparecidos. Mais de 550 militares e policiais são processados por esses crimes. Cerca de 200 foram condenados, mas apenas 65 cumprem prisão efetiva.