Agência France-Presse
postado em 31/07/2010 09:25
Paris - Dirigentes da esquerda e da direita criticaram neste sábado o presidente francês Nicolas Sarkozy por ter proposto na sexta-feira a retirada da nacionalidade francesa de criminosos originários de outros países como parte de sua "guerra nacional" contra a criminalidade.
Sarkozy "compromete gravemente a coesão nacional, sem ao menos solucionar os verdadeiros problemas de segurança", considerou o deputado conservador Nicolas Dupont-Aignan, ex-membro do partido majoritário que apoia Sarkozy, a UMP.
Já a ex-candidata à Presidência pelo Partido Socialista em 2007, Segolène Royal, lamentou "uma nova etapa, perigosa e indigna, de uma escalada populista e xenófoba".
Para a Liga de Direitos Humanos (LDH), apresentar "slogans dos anos 30" sobre os estrangeiros é "a maneira mais insuportável de avivar o ódio".
O presidente do grupo disse que "fazer um discurso sobre a criminalidade centrado em retirar a nacionalidade e na imigração (...), é assemelhar os estrangeiros (...) àqueles que tiram o pão dos franceses".
Segundo a Frente Nacional (FN, extrema direita), as declarações de Sarkozy representam "um novo gesto inflamado" do presidente francês. O FN pediu uma "reforma profunda" do código da nacionalidade.
"A nacionalidade deve poder ser retirada de qualquer pessoa de origem estrangeira que tenha atentado voluntariamente contra a vida de um policial, de um guarda ou de qualquer representante da autoridade pública", disse Sarkozy na sexta-feira.
"A guerra que decidi travar contra os traficantes, contra os vadios será realizada por vários anos (...) É uma guerra nacional", acrescentou.