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Moradores de vilarejo francês rezam por recém-nascidos assassinados

Agência France-Presse
postado em 31/07/2010 14:31
Lille - O momento era de recolhimento neste sábado após o choque da descoberta de oito corpos de recém-nascidos no vilarejo de Villers-au-Tertre (norte), palco do maior caso de infanticídio já registrado na França. Na sexta-feira, algumas crianças depositaram flores diante da casa do casal, ao lado de oito pequenas velas deixadas na quinta-feira pelo abade. No domingo, a paróquia de Arleux, responsável pelo povoado de 620 habitantes, terá uma jornada de "orações ampliada" para "toda a família" Cottrez, afetada por este caso, e para os vizinhos e amigos da família, anunciou o abade Robert Meignotte, responsável pela paróquia. O abade também anunciou a sua intenção de se reunir nas próximas semanas com o prefeito e com a família Cottrez para organizar uma cerimônia religiosa e dar aos corpos dos recém-nascidos "uma sepultura digna". O vilarejo de Villers-au-Tertre foi sacudido na sexta-feira pela revelação da descoberta de oito corpos de recém-nascidos no jardim e na garagem de Pierre-Marie e Dominique Cottrez. Os novos moradores da casa que pertencia aos pais de Dominique fizeram a descoberta macabra quando se preparavam para plantar uma árvore no dia 24 de julho. Eles encontraram os ossos de dois recém-nascidos em sacos plásticos enterrados. Depois de terem sido alertados, os policiais iniciaram a investigação que rapidamente os levou a Dominique Cottrez. Ela confessou que era a mãe das duas crianças e levou os agentes à garagem da casa, onde estavam os corpos de mais seis filhos. Dominique Cottrez está sendo processada por homicídio de menores de quinze anos e foi colocada em detenção. Pierre-Marie Cottrez, que também tinha sido colocado sob custódia, foi inocentado por sua esposa e é considerado testemunha. As necropsias já revelaram que os corpos não apresentam marcas de agressão. Cottrez confessou ter "asfixiado os recém-nascidos após o nascimento". Mas diversos exames, principalmente de DNA, devem permitir determinar com exatidão a filiação dos bebês. Dominique Cottrez negou que tenha enterrado as duas crianças encontradas no jardim da antiga casa de seus pais. O juiz de instrução deverá também "assegurar-se de que não há outros corpos de recém-nascidos", acrescentou o procurador de Douai, Eric Vaillant, indicando que, segundo Dominique Cottrez, "não há outro corpo escondido". Esta enfermeira de 45 anos descrita como "uma pérola" por seus colegas, deverá também ser submetida a exames psicológicos, psiquiátricos e médicos, que determinarão o grau de responsabilidade penal.

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