Agência France-Presse
postado em 01/08/2010 14:01
Moscou - Os bombeiros russos mantinham a sua luta neste domingo contra os incêndios florestais que cobrem centenas de milhares de hectares e se estendem para extremo leste do país, embora o governo insista que a situação está sob controle.
[SAIBAMAIS]O Ministério russo das Situações de Emergência indicou neste domingo que conteve o avanço das chamas.
A situação "melhorou sensivelmente" nas últimas horas, afirmou à televisão Rossia 24 a porta-voz do ministério em Moscou, Irina Andrianova.
Segundo ela, a superfície afetada pelo fogo diminuiu 7.000 hectares, situando-se em 128.000 ha.
"No dia de hoje, 320 focos de incêndio surgiram, 210 foram apagados", acrescentou, citada pela imprensa russa.
"Nos últimos dois dias, as forças do ministério conseguiram evitar que casas fossem incendiadas e impediram perdas humanas", ressaltou Andrianova.
Os incêndios florestais que atingem há quatro dias a Rússia, que vive uma onda de calor sem precedentes, deixaram 30 mortos, segundo um registro oficial, e devastaram povoados inteiros. Milhares de pessoas perderam suas casas.
De acordo com autoridades locais, o registro de mortos é de 33.
Os serviços florestais anunciaram a extensão dos incêndios ao extremo leste do país, onde 100.000 hectares de taiga estavam em chamas neste domingo.
A superfície dos incêndios florestais triplicou em 24 horas nesta região, ao passar de 31.000 para 99.000 hectares, indicaram os serviços.
A maior parte destes incêndios (76.000 hectares) é registrada na península de Kamchatka, no extremo nordeste do país.
A taiga é uma floresta comum no norte da Rússia e na Sibéria, de subsolo gelado e é formada em grande parte por coníferas.
Nas regiões da Rússia Ocidental e Central, os bombeiros tentavam evitar a propagação do fogo.
O Ministério das Situações de Emergência havia anunciado no sábado que cerca de 240.000 homens e 25.000 veículos, incluindo 226 aviões e helicópteros, tinham sido mobilizados na luta contra os incêndios florestais na Rússia.
Na região de Nijni Novgorod, "o fogo vem do solo e sobe nas árvores quando o vento começa", indicou um porta-voz do ministério à agência Ria Novosti.
"Fica difícil chegar aos bosques, onde também há pântanos, o que complica muito a passagem dos veículos", acrescentou.
Na região de Riazan (200 quilômetros a sudeste de Moscou), os principais focos foram apagados, mas "o fogo volta a aparecer em centenas de lugares", indicou uma autoridade.
Os serviços meteorológicos previam para os próximos dias a continuação da seca e temperaturas muito altas, possivelmente superiores a 40 graus Celsius em algumas regiões.