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EUA presentes pela primeira vez em cerimônia pelo bombardeio de Hiroshima

Agência France-Presse
postado em 03/08/2010 12:06
Sessenta e cinco anos depois de ter lançado uma bomba atômica sobre Hiroshima, os Estados Unidos estarão representados pela primeira vez em 6 de agosto nas cerimônias em memória por este ato de guerra que deixou 140.000 mortos e marcou o início da era das armas nucleares.

França e Grã-Bretanha, aliados dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial e também possuidoras desse tipo de armamento, vão se associar nesta iniciativa inédita enviando diplomatas para marcar seu apoio aos esforços para reduzir os arsenais nucleares.

Também pela primeira vez, um secretário-geral da ONU assistirá à cerimônia do Memorial da Paz de Hiroshima. Ban Ki-moon chegará na quinta-feira ao Japão para participar das celebrações do 65; aniversário do bombardeio atômico e enfatizar a "urgente necessidade de alcançar um acordo de desarmamento nuclear global", segundo um porta-voz das Nações Unidas.

Em 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram uma bomba A, a primeira da história, sobre a cidade industrial de Hiroshima, situada no oeste do Japão. A explosão nuclear não deixou nenhum ser vivo num raio de mais de um quilômetro.

Entre o dia da explosão e 31 de dezembro de 1945, cerca de 140.000 pessoas morreram pela exposição à radiação.

Em 9 de agosto, os Estados Unidos lançaram uma segunda bomba contra o porto de Nagasaki, mais ao sul, que deixou 70.000 mortos.

O imperador Hirohito anunciou em 15 de agosto a rendição incondicional do Japão, aceitando a ocupação do país sob comando americano.

Sessenta e cinco anos depois, o atual embaixador dos Estados Unidos no Japão, John Roos, depositará na sexta-feira uma coroa de flores em Hiroshima.

"Trata-se de expressar nosso respeito para com todas as vítimas da Segunda Guerra Mundial", precisou o Departamento de Estado em Washington.

Os Estados Unidos jamais se desculparam pelas vítimas desses bombardeios.

A maioria dos americanos considera justificável a ação, como um mal necessário para acabar com a guerra e evitar o banho de sangue que teria significado um desembarque no arquipélago, segundo as pesquisas.

Nenhum presidente americano em exercício viajou às duas cidades mártires japonesas, mas alguns no arquipélago ainda esperam a visita de Barack Obama a Hiroshima em novembro, à margem de uma reunião de cúpula do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (APEC) de Yokohama (sul).

Em abril de 2009, Obama pediu, em Praga, a construção de um mundo sem armas nucleares, um discurso que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz.

Desde então, o presidente americano foi o anfitrião de uma cúpula de 47 países destinada a impedir que os grupos terroristas adquiram material fissível que permite fabricar bombas atômicas.

Os Estados Unidos assinaram igualmente um tratado de redução de armas nucleares com a Rússia. As duas nações possuem mais de 90% do arsenal existente, com 22.000 ogivas nucleares no total.

A Grã-Bretanha compartilha do objetivo a longo prazo de Obama, mas a França prefere evocar uma redução dos arsenais "à menor quantidade possível" de ogivas nucleares, para preservar uma capacidade de dissuasão mínima frente aos riscos de proliferação.

A Associação de Prefeitos pela Paz, reunida na semana passada em Hiroshima e que reivindica mais de 4.000 membros no mundo, pediu, por sua vez, que sejam iniciadas de imediato negociações internacionais para eliminar todas as armas nucleares até 2020.

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