Agência France-Presse
postado em 03/08/2010 15:56
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, condenou hoje (3/8), na Argentina, as sanções aplicadas pelas grandes potências ao Irã pela política nuclear antes de negociar com a República Islâmica."O documento que (Brasil e Turquia) assinamos com o Irã reproduzia fielmente os termos da carta que (o presidente dos Estados Unidos,) Barack Obama, mandou a mim e ao primeiro-ministro turco. Exatamente o que Obama me disse que tinha que conseguir, nós conseguimos", disse Lula, durante discurso na cúpula presidencial do Mercosul, celebrada na cidade argentina de San Juan.
O chefe de Estado brasileiro lamentou o fato de que o que podia ter sido o início das negociações "se transformou em sanções".
O Conselho de Segurança da ONU reforçou, em junho, as sanções internacionais contra Teerã, diante da suspeita do desenvolvimento de uma bomba atômica sob a fachada de um programa nuclear civil.
A iniciativa foi rapidamente seguida de sanções por parte dos Estados Unidos e da União Europeia, que foram reforçadas nas últimas horas, com as quais se quer pressionar o Irã a que, além de retomar as conversações, pare de enriquecer urânio.
O grupo de Viena (EUA, Rússia e França) havia levantado uma série de questionamentos sobre a proposta de intercâmbio de combustível nuclear, feita por Brasil, Turquia e Irã, chamada de Declaração de Teerã.
O Irã, que expressou o desejo de dar continuidade ao programa nuclear civil, se disse disposto a voltar à mesa de negociações com as grandes potências, às quais quer que se juntem Brasil e Turquia.