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Medvedev ordena proteção de locais estratégicos contra incêndios florestais

Agência France-Presse
postado em 04/08/2010 14:00
O presidente Dmitri Medvedev ordenou nesta quarta-feira (4/8) ao Conselho de Segurança russo que sejam tomadas medidas para proteger as instalações estratégicas do país, sobretudo nucleares, contra os violentos incêndios florestais que deixaram pelo menos 48 mortos no país.

"Estou certo de que vamos sair desta", declarou Medvedev, considerando que a situação está "sob controle, mesmo que uma evolução negativa não esteja descartada".

"Ordeno ao governo que estabeleça o mais rápido possível, em dois dias, quais instalações devem ser consideradas como possuindo um perigo particularmente elevado" em caso de incêndio, declarou.

Durante este encontro, que reuniu as principais autoridades da segurança do país, Serguei Kirienko, chefe da agência nuclear Rosatom, anunciou a retirada de "todos os materiais explosivos e todos os materiais radioativos" do centro nuclear russo de Sarov, 500 km a leste de Moscou, em razão dos incêndios que ameaçam o local há alguns dias.

Kirienko assegurou que não há risco algum de acidente nuclear mesmo que o fogo atinja as instalações desse centro, conhecido desde a Guerra Fria com o nome Arzamas-16 e que fabrica principalmente armas atômicas.

Segundo o ministro de Situações de Emergência, Serguei Choigou, as chamas atingiram o vasto território do centro de Sarov, mas estão ainda a "quatro quilômetros" de suas primeiras instalações.

Na reunião do Conselho de Segurança, para a qual o presidente interrompeu suas férias no Mar Negro, Medvedev também aproveitou a oportunidade para destituir autoridades militares, após a destruição de uma base aérea da Marinha pelo fogo na região de Moscou.

O comandante da Aviação da Marinha, Nikolai Kouklev, foi destituído e o comandante-em-chefe da Marinha, o almirante Vladimir Vissotski, recebeu uma advertência.

[SAIBAMAIS]O primeiro-ministro Vladimir Putin, que intensifica suas viagens à regiões afetadas, visitou a região de Voronej, 500 km ao sul de Moscou, para acompanhar os trabalhos das equipes que combatem os incêndios.

"Ainda há, infelizmente, muito trabalho", disse.

O fogo continua a devastar milhares de hectares na Rússia central e ocidental. O registro de vítimas chegou a 48 mortos contra 40 na véspera.

Na segunda-feira, o presidente russo havia decretado estado de emergência nas sete regiões mais afetadas pelos incêndios.

A situação continua difícil para os 170.000 homens mobilizados pelo Ministério das Situações de Emergência. No início do dia, uma superfície total de 188.524 hectares estava em chamas, contra 172.371 hectares na véspera.

"Não houve casas queimadas nas últimas 24 horas", comemorou o ministério. Desde o final de semana passado, povoados inteiros foram devastados.

No total, os incêndios florestais já destruíram na Rússia quase 668.000 hectares desde o início do verão.

As temperaturas não dão sinais de sinais de redução.

Os meteorologistas estimam que a onda de calor e seca, que dura mais de um mês no oeste da Rússia, deverá se prolongar pelo menos até o final de semana.

A capital russa amanheceu nesta quarta-feira com uma atmosfera irrespirável, um vento quente empurrava para dentro da cidade a fumaça dos incêndios, que tomou conta até do metrô.

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