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BP lacra poço da maior tragédia ambiental dos EUA

Agência France-Presse
postado em 05/08/2010 18:46
A BP concluiu a injeção de cimento para selar o poço de petróleo no Golfo do México que deu origem ao pior desastre ambiental na história dos Estados Unidos, ao término de uma operação de cinco horas, informou a companhia hoje (5/8).

"A BP completou a operação para selar o poço com cimento" às 19h15 GMT (16h15 em Brasília), "dentro do procedimento ;static kill;", assinalou o grupo em um comunicado. A companhia está monitorando o poço "para confirmar a efetividade do procedimento".

Segundo a BP, prossegue a operação ;bottom kill;, com a construção de poços paralelos para chegar à parte inferior do poço danificado, sob a supervisão das autoridades americanas. "Se as condições meteorológicas permitirem, é provável que em meados de agosto o primeiro poço esteja concluído".

A injeção de cimento no poço é uma das últimas etapas do procedimento ;static kill;, que vedará definitivamente o poço de petróleo no fundo do mar no Golfo do México. Antes de injetar o cimento, os técnicos haviam empurrado o petróleo para o fundo com um fluxo de lama no poço danificado, aplicado na última terça-feira.


Após essa primeira operação, o governo americano deu sinal verde, na noite de ontem, para a vedação definitiva do poço.

Na véspera, o presidente americano, Barack Obama, disse que "a longa batalha para deter o vazamento e conter o petróleo está finalmente chegando ao fim. E estamos muito contentes com isso".

Obama lembrou que os "esforços de recuperação continuarão", pois há de se "reverter o dano que foi feito".

A flora e a fauna submarinas se viram afetadas pelo vazamento durante três meses e sofrerão os efeitos da contaminação durante anos e, possivelmente, décadas, estimam os especialistas.

A maior tragédia ambiental da história americana teve início em 20 de abril, com a explosão da plataforma ;Deepwater Horizon;, e até o fim de julho mais de 780 milhões de litros de petróleo vazaram nas águas do Golfo do México, atingindo a costa de diversos estados dos EUA.

A mancha de óleo afetou os ecossistemas e a economia local de cinco estados do sul dos Estados Unidos: Alabama, Flórida, Louisiana, Mississippi e Texas.

Segundo o governo americano, cerca de 75% do petróleo derramado foi eliminado das águas, por evaporação, dispersão, queima ou coletado pelos barcos.

A catástrofe custará milhões de dólares para a BP, aos quais se soma o desprestígio causado pelas tentativas falhas de frear o derramamento e os erros de comunicação do presidente, Tony Hayward, que anunciou a demissão para outubro.

Caso seja considerado culpado por negligência, o grupo terá de pagar até US$ 17,6 bilhões de multa. Também está previsto um fundo de US$ 20 bilhões para indenizar pessoas físicas ou empresas afetadas.

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