Mundo

Rússia reforça medidas de segurança por incêndios que sufocam Moscou

Agência France-Presse
postado em 06/08/2010 11:35
A propagação dos piores incêndios da história moderna da Rússia forçou as autoridades a deslocar mísseis, evacuar crianças de acampamentos de verão e a vigiar de perto os níveis de radiação, enquanto Moscou sufocava sob um espessa camada de fumaça.

O ministério das Situações de Emergência lançou um pedido a voluntários para que reforcem a luta contra os incêndios que arrasam o distrito federal do centro da Rússia, do qual Moscou faz parte.

O número de mortos nos incêndios florestais na Rússia passou de 48 para 50 na quinta-feira, enquanto que a onda de calor e as chamas não dão sinais de trégua.

Milhares de bombeiros, militares e socorristas continuam lutando contra os focos de incêndio que devastam milhares de hectares no ocidente do país, afetado desde julho por uma onda de calor sem precedentes.

A fumaça dos incêndios florestais invadiu nesta sexta-feira a capital russa, onde está previsto que a temperatura atinja os 40 graus, e obrigou os moscovitas a usar máscaras de proteção.

Nas ruas, a fumaça torna o ar irrespirável, com uma temperatura de 25 graus muito cedo pela manhã.

[SAIBAMAIS]Muitos moscovitas usavam máscaras protetoras, cujas vendas aumentaram nos últimos dias. Outros tapam o rosto com um lenço. "A fumaça invade toda a cidade, a situação é grave", declarou Alexei Popikov, chefe da empresa pública encarregada da proteção do meio ambiente, a Mosecomonitoring, ao canal Pervyi Kanal.

Uma visibilidade reduzida de 375 metros perturbou o funcionamento do aeroporto moscovita de Domodedovo (sul de Moscou).

A concentração de partículas tóxicas se multiplicou por 20 em Moscou na quarta-feira, o pico mais alto de poluição, segundo Evguenia Semutnikova, também da Mosecomoniroring. "É uma razão muito séria para não sair às ruas, não apenas os idosos, as crianças menores, as grávidas e as pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares e respiratórias", aconselhou o jornal Rossiiskaia Gazeta.

O verão boreal de 2010 deve bater todos os recordes de calor em Moscou nos últimos 130 anos. A capital russa chegou na semana passada a uma máxima histórica de 38,2 graus.

Em função da situação, o número de falecimentos em Moscou no mês de julho aumentou quase 50% em comparação com o mesmo mês do ano passado, com quase 5.000 mortes a mais atribuídas à onda de calor, informou o registro civil da capital russa. "Registramos 14.340 falecimentos em Moscou em julho, ou seja, 4.824 a mais que em julho de 2009", indicou à AFP uma funcionária do registro civil, Evguenia Smirnova.

"A onda de calor certamente influenciou", acrescentou, ressaltando, no entanto, não poder dar cifras sobre as causas das mortes.

Até agora, as autoridades desmentiam que houvesse uma alta da mortalidade.

O ministério das Situações de Emergência, por outro lado, informou que a área em chamas diminuiu levemente, a 179.600 hectares, mas que restavam 588 focos de fogo na região ocidental da Rússia, e que 248 novos focos apareceram nas últimas 24 horas.

Os incêndios perto da região de Sarov, em particular, preocupam as autoridades, pois a cidade abriga o maior centro de pesquisas nucleares do país.

A agência nuclear russa afirmou que todos os materiais radioativos e explosivos foram retirados do centro e que a situação está sob controle.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação