postado em 07/08/2010 18:18
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu, neste sábado (7/8), a decisões pessoais e não de governo as ações movidas por representantes da Colômbia contra a Venezuela no Tribunal Penal Internacional (TPI) e na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).As medidas foram avaliadas da mesma forma pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Para ambos, está em curso um esforço para buscar a paz e não um aumento de tensão entre os envolvidos.
;Não (acho que há um agravamento da crise). Não acho que essa atitude particular (de um advogado) incida no estado;, afirmou Lula, horas antes da cerimônia de posse do novo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em Bogotá. Anteriormente, Amorim disse que, no seu entendimento, "aquilo foi pessoal (as ações nos organismos internacionais). Não foi algo em nome do governo (da Colômbia);.
O advogado Jaime Granados, que informou representar o então presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, disse que as denúncias apresentadas ao TPI e à CIDH referem-se à suspeita de guerrilheiros viverem em território venezuelano. Segundo ele, as ações representam acusações de violação dos direitos humanos contra o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e também contra o Estado.
Desde o último dia 22, há um conflito entre a Venezuela e a Colômbia. Nesse dia, a Colômbia acusou o governo venezuelano de permitir a presença de cerca de 1, 5 mil guerrilheiros em seu território. Chávez negou a acusação e anunciou o rompimento de relações diplomáticas com a Colômbia.
Enviado por Chávez para a cerimônia de posse de Santos, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Nicolás Maduro, também demonstrou não se preocupar com as ações movidas nas cortes internacionais. ;Penso que isso já é um tema do passado, que expressa uma época que tem que ficar para trás;, disse.
Maduro lembrou que a mensagem de Chávez para a Colômbia era de paz. ;A mensagem é de bons desejos para o presidente Santos, para que ele dê passos certeiros no processo de recuperação da confianca, sobretudo porque hoje é um dia especial para nós. Há 191 anos nascemos juntos, no dia 7 de agosto;, disse ele, referindo-se a um encontro em 1938 entre líderes políticos de Símon Bolívar que se reuniram no Congresso Bolivariano para discutir as ideias do libertador das antigas colônias espanholas.