postado em 10/08/2010 07:50
A senadora colombiana Piedad Córdoba, do Partido Liberal ; opositora do novo presidente como foi do antecessor ; apresentará a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) uma proposta de paz que inclua as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), as guerrilhas remanescentes no país. ;Há um grupo de pessoas que quer se desmobilizar;, argumenta Piedad. A senadora desmentiu versões de imprensa segundo as quais o plano também incluiria a ex-paramilitares de direita. Líder da Comissão de Paz do Senado, Piedad indicou que preferia não fazer mais comentários sobre a proposta até o fim da reunião entre Santos e Chávez.[SAIBAMAIS]A congressista conversou no domingo com Fidel Castro sobre a situação da Colômbia. O ex-presidente cubano já pediu várias vezes para que a guerrilha deixe o caminho das armas, proposta também reiterada por Chávez. ;A guerrilha deveria se empenhar pela paz. Que libertem todos os sequestrados;, disse o presidente venezuelano no programa semanal Alô, presidente. ;Não têm futuro pela via das armas;, disse Chávez, reiterando apelos anteriores. ;Além disso, (a guerrilha) virou um pretexto do império (os EUA) para intervir na Colômbia e ameaçar a Venezuela a partir de lá;, afirmou, referindo-se à presença militar norte-americana no país vizinho, que já motivou crises bilaterais anteriores.
Em seu discurso de posse, no sábado, Santos se diz ;aberto; ao diálogo proposto pela guerrilha, desde que os rebeldes renunciem ;às armas, ao sequestro, à extorsão, ao narcotráfico e à intimidação;. ;Enquanto não libertarem os sequestrados, não devolverem crianças recrutadas à força, continuarem a cometer atos terroristas e a minar e poluir os campos, continuamos a combatê-los;, declarou o novo presidente.
Dias antes, o líder máximo das Farc, Alfonso Cano, se dirigiu ao novo presidente em mensagem de vídeo, na qual propôs um diálogo para superar a ;terrível situação; que vive a Colômbia. ;Conversemos;, disse Cano, sem mencionar qualquer tipo de agenda ou precondição ; ao contrário de pronunciamentos anteriores. Santos, de sua parte, definiu como ;premissa; que a guerrilha declare o propósito de depor as armas. ;Aos grupos armados ilegais que invocam razões políticas e hoje falam outra vez de diálogo e negociação, digo que meu governo estará aberto a qualquer conversação que busque erradicar a violência;, discursou o novo presidente.