Agência France-Presse
postado em 10/08/2010 10:47
Israel classificou nesta terça-feira (10/8) de ridículas as acusaç;es do chefe do Hezbollah libanês, Hassan Nasrallah, sobre o suposto envolvimento do Estado hebreu no assassinato, em fevereiro de 2005, do ex-primeiro-ministro libanês Rafic Hariri."O mundo inteiro, os países ocidentais e, inclusive, os libaneses sabem que estas acusações são ridículas", afirmou à AFP um alto funcionário israelense que não quis ser identificado.
"Estas acusações são o resultado das fortes suspeitas da comunidade internacional em relação ao envolvimento do Hezbollah no assassinato de Rafic Hariri", acrescentou a fonte.
Na véspera, o Hezbollah divulgou supostas imagens de reconhecimento israelense do local onde Rafic Hariri foi assassinado, tiradas antes do crime, mas informou não possuir "provas claras" para envolver Israel no crime.
As imagens foram divulgadas durante um discurso do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, que falou por videoconferência a jornalistas e políticos reunidos em um prédio do partido xiita libanês nos subúrbios de Beirute.
O xeque Nasrallah informou que as imagens foram feitas por um avião de reconhecimento de tipo MK e "interceptadas" por seu movimento.
"Fazer esse tipo de imagem é, em geral, um preparativo para executar uma operação", disse.
As imagens mostram as ruas próximas ao Parlamento no centro da cidade de Beirute, a residência do ex-premier libanês Rafic Hariri, assim como a avenida à beira-mar, perto do local onde Hariri foi assassinado em 2005.
As imagens não têm data e não mostram claramente a procedência israelense.
O xeque Nasrallah disse não ter provas concretas de um envolvimento israelense no assassinato, mas que esses dados podem servir para obter a verdade sobre o crime.
Em 3 de agosto, o xeque Nasrallah acusou Israel, de forma explícita, pelo assassinato de Rafic Hariri e prometeu revelar "elementos" neste sentido.
Rafic Hariri, ex-premier que se tornou opositor da hegemonia de Damasco no Líbano, morreu com outras 22 pessoas em um atentado com carro-bomba em Beirute em 14 de fevereiro de 2005.
Em 22 de julho, o xeque Nasrallah anunciou esperar que o Tribunal Especial para o Líbano (TSL), criado em 2007 pela ONU, acusasse membros de seu partido por envolvimento no crime.
O TSL publicará o ato de acusação entre "setembro e dezembro", segundo seu presidente, Antonio Cassese.