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Naomi Campbell diz não ter 'nada a ganhar' mentindo no julgamento de Taylor

A modelo britânica Naomi Campbell disse hoje (10/8), por meio de um comunicado, que não tem "nada a ganhar" mentindo no julgamento do ex-presidente liberiano Charles Taylor, no qual depôs na última quinta-feira, depois que o ex-agente e a atriz Mia Farrow contradisseram a versão.

"Não tenho nenhuma motivação sobre o assunto. Nada a ganhar. Sou uma mulher negra que apoiou e apoiará sempre as boas causas, em particular às que dizem respeito à África", afirmou a modelo no comunicado publicado na noite desta terça-feira pela sociedade de relações públicas Outside Organisation, em Londres.

No comunicado, Naomi destacou que os eventos ocorreram há 13 anos e que "não é surpreendente que as lembranças de algumas pessoas sobre o que aconteceu sejam vagos". E acrescentou: "agora, está claro que as versões dos acontecimentos de Naomi e de Mia são muito similares".

"Sejam quais forem as lembranças das pessoas, é inegável, e isto foi confirmado por todas as testemunhas envolvidas, que Naomi entregou os diamantes na primeira oportunidade que teve para a organização de caridade sul-africana", destacou.

A atriz Mia Farrow e a ex-agente de Naomi Campbell, Carole White, contradisseram a modelo ontem perante o Tribunal Especial para Serra Leoa (TESL), sustentando que ela lhes disse ter recebido diamantes do então presidente liberiano Charles Taylor, em julgamento em Haia por crimes de guerra e contra a humanidade.

Na última quinta-feira, a modelo britânica havia afirmado ignorar quem a presenteou com duas ou três "pedras pequenas que pareciam sujas", recebidas em plena noite, depois do jantar beneficente organizado por Mandela.

A modelo, de 40 anos, também disse ter dado as pedras a Jeremy Ratcliffe, que trabalhava para o Fundo de Ajuda à Infância de Nelson Mandela.

Segundo a promotoria, Taylor foi à África do Sul em setembro de 2007 para "vender ou trocar diamantes por armas" destinadas aos rebeldes da Frente Revolucionária Unida de Serra Leoa (FRU) e o diamante seria fruto dessa troca.

Suspeita-se que o ex-presidente liberiano tenha abastecido com armas e munições os rebeldes da FRU em troca dos diamantes, durante a guerra civil em Serra Leoa, que de 1991 a 2001 deixou 120 mil mortos e milhares de mutilados.