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Brasil aguarda resposta do Irã sobre asilo oferecido à mulher condenada à morte

postado em 11/08/2010 16:48
O governo do Irã ainda não respondeu à oferta do Brasil de conceder asilo político à iraniana Sakineh Ashtiani, de 43 anos, condenada à morte por apedrejamento no país asiático. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, não confirmou hoje (11/8) que houve sinalizações por parte de autoridades iranianas de que a proposta vai ser recusada. O caso Ashtiani gerou comoção e campanhas internacionais.

Depois de dar uma palestra na Universidade do Estado do Rio (UniRio), Amorim reiterou que a oferta de asilo político, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é um "gesto humanitário". O chanceler acrescentou ainda que "seria bom para a posição do Irã no mundo (aceitar a oferta brasileira)".

Viúva e mãe de dois filhos, Sakineh foi condenada à morte por apedrejamento sob a acusação de ter mantido relações sexuais com dois homens. Ela e a família negam as acusações. Mas a Justiça do Irã indicou que não pretende recuar. O advogado dela, Mohammad Mostafaei, recebeu asilo na Noruega. Ele tenta levar a família alegando que todos correm riscos no Irã.

Evitando analisar o aspecto político e religioso da condenação à iraniana, Amorim lembrou que o Brasil se empenhou para reverter a pena. "Houve comentários, feitos em nível diplomático, que explicavam (a condenação). Talvez eles estejam considerando isso como uma resposta oficial, dizendo que ela é acusada não só de adultério, mas de cumplicidade em homicídio", afirmou.

O ministro reiterou que o caso de Ashtiani despertou a atenção do mundo. "Não vou discutir o caso. O fato é que a situação dessa moça, inclusive em função da ameaça de apedrejamento e do suposto delito de que ela é acusada é uma coisa que choca a sensibilidade do brasileiro como a do mundo todo", disse Amorim.

Segundo Amorim, a oferta de asilo feita por Lula representa o sentimento da população brasileira. ;O presidente (Lula) expressou o oferecimento de recebê-la no Brasil se isso ajudar a evitar a execução;, disse ele. ;Nosso embaixador em Teerã foi instruído a comunicar o fato. O que, a nosso ver, é uma formalização desse oferecimento e do sentimento que é o sentimento do povo brasileiro;.

Ontem, Lula assinou o decreto no qual o Brasil se compromete a seguir as sanções, impostas pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas aos iranianos por causa do programa nuclear. Amorim disse que o presidente firmou o documento ;contrariado;, mas que esta era a conduta habitual do Brasil ; de adotar as medidas aprovadas em organismos internacionais.

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