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Serial killer americano queria fundar igreja de bêbados

Agência France-Presse
postado em 11/08/2010 16:52
Um americano conhecido como "Wild Bill" ("Bill Selvagem"), acusado de matar ao menos cinco compatriotas no Panamá, detido com a mulher na Nicarágua em 26 de julho, foi transferido hoje (11/8) a prisões panamenhas. Trabalhava, antes, como empresário do setor de turismo, sem ocultar a admiração por Adolf Hitler. Queria fundar uma igreja de bêbados da qual seria o primeiro "papa".

Wild Bill havia realizado uma fuga por três países da América Central, iniciada depois que as autoridades panamenhas encontraram os dois primeiros cadáveres enterrados no hotel onde se hospedavam, no paradisíaco arquipélago caribenho de Bocas del Toro.

As autoridades suspeitam que o americano, cujo nome é William Datham Holbert, também assassinou pessoas em outros países e roubou das vítimas o dinheiro que permitiu a ele fazer os primeiros investimentos ao chegar ao Panamá, há quatro anos.

Wild Bill, 31 anos, fazia amizade com estrangeiros ricos, a quem prometia comprar os imóveis, mas logo os assassinava e enterrava os corpos no jardim do hotel Villa Cortez, que pertencia a ele, cujo símbolo era uma caveira, segundo os autos do processo. Depois, transferia as propriedades das vítimas para o seu nome.

Ele usava o nome falso de William Adolfo Cortez Reese, mas todos o chamavam pelo apelido que ele mesmo criou: "Wild Bill".

"Já sabemos que este senhor é um racista que defende a supremacia da raça branca", disse à AFP Donald Winner, um empresário do ramo de turismo americano estabelecido no Panamá.

Wild Bill dizia aos amigos que fundaria uma igreja, da qual ele seria o primeiro papa, disse Winner, um oficial reformado do Exército americano. "Estava formando um tipo de igreja, o ;Primeiro Templo dos Bêbados;, e ele supostamente seria o primeiro líder. Esse homem buscava ativamente pessoas as quais poderia manipular e dominar. Gente dócil", acrescentou.

Durante as investigações sobre um dos desaparecimentos, Wild Bill adiantou-se à polícia e fugiu com a mulher para a Costa Rica, onde conseguiu burlar a perseguição da polícia.

Em 26 de julho, Holbert e a mulher, Laura Michelle Reese, 27 anos, roubaram uma lancha nesse país e entraram na Nicarágua navegando pelo rio San Juan, onde foram presos por uma patrulha fronteiriça.

Quando os investigadores entraram em "Villa Cortez", encontraram uma cadela Doberman que não parava de latir sobre um monte de terra no jardim: eram os primeiros restos humanos, que resultaram ser de Hughes. A cadela era a mascote da vítima.

Wild Bill confessou o assassinato de cinco americanos, mas negou responsabilidade no desaparecimento de dois indígenas que trabalhavam para ele, informou a procuradoria.

O casal é acusado de ter matado, além de Hughes, outras pessoas identificadas como Bo Barry Icelar, além de Michael Brown, a mulher e o filho.

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