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Zardari visita região afetada por inundações; água começa a baixar

Agência France-Presse
postado em 12/08/2010 11:58
O presidente do Paquistão, Asif Ali Zardari, visitou nesta quinta-feira (12/8) a região do país afetada pelas devastadoras inundações e conversou com vários sobrevivientes da tragédia, no dia em que as águas começaram a baixar um pouco.

Zardari foi criticado pelas vítimas das inundações, assim como por políticos da oposição, por não ter interrompido uma viagem à Europa na semana passada para enfrentar a pior crise humanitária do país em décadas.

O presidente visitou a cidade de Sukkur, que permanece completamente isolada na província de Sind, sul do país.

"O presidente também visitou um acampamento de refugiados instalado em um colégio e conversou com sobreviventes das inundações", afirmou um porta-voz do governo.

O nível das águas começou a baixar nesta quinta-feira, após as inundações que deixaram sem nada milhões de pessoas, que se viram obrigadas a abandonar suas casas e plantações, completamente destruídas.

O alerta para inundações permanece em vigor até sexta-feira em algumas regiões de Sind (sul) e Punjab (centro), mas a meteorologia prevê chuvas mais isoladas.

"O nível das águas está baixando nos rios de Sind e de Swat (noroeste)", afirmou o diretor dos serviços meteorológicos, Arif Mehmud.

"O nível também está em queda no rio Chenab, en Punjab. Mas pode aumentar na zona de Taunsa, mas sem alcançar um nível perigoso", completou.

A preocupação agora é com as 14 milhões de pessoas afetadas em vários níveis pelas mais graves inundações no país em 80 anos.

[SAIBAMAIS]Muitas pessoas foram obrigadas a abandonar suas cidades e se refugiaram em acampamentos improvisados, sem comida e sob forte calor.

"Consideramos que pelo menos dois milhões de pessoas precisam de um teto, e já conseguimos alojar 25% delas", afirmou Maurizio Giuliano, porta-voz do Escritório de Coordenação da ONU para os Assuntos Humanitários (OCHA).

"A entrega de barracas e de outros materiais de alojamento já começou em Punjab, e estamos nos preparando para fazer o mesmo em Sind", acrescentou.

A ONU pediu 460 milhões de dólares em ajuda urgente para as vítimas, em particular seis milhões de pessoas que precisam de ajuda humanitária imediata.

"Até agora, a resposta da comunidade internacional tem sido alentadora. É essencial que continue assim", declarou o diretor do OCHA, John Holmes.

A ONU calcula o número de mortos em 1.600, mas o governo paquistanês confirmou 1.243 falecimentos.

"Mas não se enganem, esta é uma imensa catástrofe. Apesar dos números serem relativamente baixos em comparação com outras grandes catástrofes naturais, o número de pessoas desabrigadas é extraordinariamente elevado", destacou Holmes.

"Se não agirmos rapidamente, muitas pessoas podem morrer por doenças ou de fome", advertiu.

Segundo a ONU, as gigantescas inundações que afetam o Paquistão por uma monção excepcionalmente violenta representam um desastre maior, em termos de logística humana, que o devastador tsunami de dezembro de 2004 no Oceano Índico, que deixou quase 220.000 mortos.

O governo dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira novas medidas de ajuda ao Paquistão, aliado chave na "guerra contra o terrorismo" que executa na região desde o fim de 2001, quando expulsou os talibãs do poder no Afeganistão, ao lado dos aliados ocidentais.

Washington enviou um porta-helicópteros às costas do Paquistão, o que permitirá triplicar o número de aparelhos na ajuda às vítimas, anunciou o secretário de Defesa, Robert Gates.

O governo americano também anunciou a liberação de 20 milhões de dólares adicionais de ajuda humanitária, o que eleva a US$ 55 milhões os fundos destinados ao Paquistão.

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