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China começa a realocar 330 mil pessoas em projeto de transposição

Agência France-Presse
postado em 12/08/2010 12:50
A China deu início aos trabalhos de realocação de 330 mil pessoas como parte de um projeto maciço para desviar água do rio Yangtzé para o norte, normalmente seco, incluindo a capital, Pequim, noticiou a imprensa local esta quinta-feira.

O Projeto de Transposição de Águas Sul-Norte é o maior programa de realocação do país desde a construção da Hidrelétrica de Três Gargantas, que exigiu a realocação de 1,27 milhão de pessoas, segundo a agência de notícias oficial Nova China.

Na quarta-feira, as autoridades começaram a retirar os primeiros 500 moradores da província central de Hubei. Um total de 180 mil pessoas de Hubei e 150 mil da vizinha província de Henan serão forçadas a deixar suas casas.

"Sentimos tristeza quando a cidade inteira se reuniu para o último jantar juntos na nossa cidade natal", disse um morador de sobrenome Wang, citado pela Nova China.

[SAIBAMAIS]A cidade de Dajiankou, no distrito de Niuhelin, onde vive Wang, será submersa em 2014 com 170 metros d;água, destacou a fonte.

Uma frota de 15 ônibus levou os moradores dali, seguida de 34 caminhões carregados com seus pertencentes e de várias ambulâncias que retiraram os doentes, os idosos e as grávidas do local.

"Devemos bater um recorde em termos de velocidade de realocação - 60 mil pessoas em 50 dias. Queremos fazê-lo rápido para que possamos terminar antes da chegada da temporada chuvosa", disse o prefeito de Danjiangkou, Zeng Wenhua, citado pela agência.

As pessoas estão sendo levadas para novas casas a 300 km de distância e receberão um pagamento único do governo, bem como subsídios pelos próximos 20 anos, relatou Zeng, sem especificar valores.

Atribui-se ao líder da Revolução Chinesa, Mao Tse-tung, a ideia do projeto maciço de desvio de águas, que contará com um canal de 1.890 km e uma seção central de 1.430 km.

Críticos afirmam que o projeto pode representar um enorme desperdício de recursos, que corre o risco de provocar novos cortes no abastecimento de água e intensificar desastres ambientais.

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