Agência France-Presse
postado em 13/08/2010 11:24
Uma das primeiras grandes ofensivas efetuadas pelo Exército afegão contra os talibãs, sem a ajuda da Otan, acabou em fracasso, quando os soldados afegãos se viram obrigados a recorrer aos reforços americanos e franceses, informou nesta sexta-feira (13/8) a imprensa americana.O Exército Nacional Afegão (ENA) pediu ajuda às forças internacionais da Isaf após a morte de pelo menos dez soldados e a captura de vinte de seus homens durante essa operação lançada em 3 de agosto, que mobilizou um batalhão de 300 militares afegãos, indica o New York Times.
Citando uma fonte americana de alto escalão, o Times indica que a missão, que foi realizada em uma região isolada a leste de Cabul, tinha como objetivo retomar uma zona acidentada que estava há muito tempo sob a influência dos talibãs.
Os combates foram tão intensos na semana passada nas imediações da aldeia de Bad Pakh, na província de Laghman, que a Cruz Vermelha não conseguiu chegar à frente de batalha para retirar mortos e feridos, ressalta o jornal nova-iorquino.
"Muitas perguntas devem ser feitas" após este fracasso, principalmente como e por que o ENA lançou esta operação, que não foi preparada com a Isaf, disse ao jornal um oficial de alta patente americano.
O fiasco ocorreu no momento em que o ENA, que raramente realiza operações de envergadura sozinho, foi felicitado na quarta-feira pelo chefe das tropas internacionais no Afeganistão, o general americano Petraeus, por ter atingido com três meses antes do objetivo de 134.000 homens.
O plano original do Exército afegão era infiltrar com um helicóptero um destacamento por trás das linhas talibãs durante o ataque frontal de grande parte das tropas.
Pouco antes do ataque, os talibãs perceberam a chegada dos soldados e montaram emboscadas, relatou ao jornal uma fonte do Ministério afegão da Defesa, falando de "traição".
O registro oficial divulgado por Cabul indicou sete mortos nas fileiras do ENA e um número não estabelecido de prisioneiros.
Os talibãs, que apresentam registros notoriamente exagerados, afirmam que 27 militares foram mortos, 14 ficaram feridos e oito foram capturados.